O grupo formado pelos parlamentares cearenses do Partido Democrático Trabalhista (PDT) ligados ao senador Cid Gomes deve acompanhá-lo e trocar de legenda, filiando-se ao Partido Socialista Brasielrio (PSB). É o que indicam alguns desses parlamentares ouvidos pelo O Estado nessa terça-feira (27) após os deputados estaduais conseguirem uma vitória na Justiça Eleitoral e estarem mais próximos de deixar o PDT.
Decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última segunda-feira (26) negou recurso apresentado pelos diretórios estadual e nacional do PDT contra o pedido de desfiliação sem perda de mandato apresentado por 14 deputados estaduais, entre titulares e suplentes. Assim, esses parlamentares ficam autorizados a deixar o partido sem perder as vagas na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
São beneficiados pela medida os seguintes deputados: Tin Gomes; Antônio Granja; Bruno Pedrosa; Guilherme Bismarck; Guilherme Landim; Helaine Coelho; Salmito Filho; Jeová Mota; Lia Gomes; Marcos Sobreira; Oriel Nunes; Osmar Baquit; Romeu Aldigueri; Sérgio Aguiar.
Conforme Guilherme Bismarck, o assunto agora é “página virada”. Segundo ele, o grupo ainda não se reuniu para discutir o futuro partidário até mesmo por conta do período eleitoral, em que cada um dos deputados está engajado nas campanhas nos municípios aos quais são ligados. “Decisão é muito recente e está todo mundo focado nos interiores. O próprio senador (Cid Gomes) também”, afirmou Guilherme ao O Estado.
Ele acredita que os deputados vão seguir o mesmo caminho do senador Cid, mas também falou que líderes aliados serão ouvidos. “Vamos discutir isso em grupo, mas acredito que muitos vão seguir o alinhamento do Cid, mas também ouvindo o ministro Camilo (Santana) e o governador (Elmano de Freitas) também”.
Deputado federal e irmão de Guilherme, Eduardo Bismarck aponta que a maior parte dos deputados deve acompanhar Cid e escolher o PSB como próxima legenda, mas reforçou que o grupo ainda não se reuniu. Ele acredita que Cid ainda vai juntar o grupo para conversar sobre os próximos passos.
“Eu acho que o Cid vai querer levar o maior número de parlamentares para o PSB. Acho que majoritariamente esse grupo permanece unido e que todos devem marchar com o senador Cid, mas não posso afirmar isso porque cada um tem o seu livre arbítrio”, disse Eduardo ao O Estado.
Na ala do PDT Ceará liderada por Cid, diferentemente dos deputados estaduais, os federais não se movimentaram ainda para deixar o partido. No entanto, segundo Eduardo Bismarck, a decisão do TSE a favor dos estaduais dá uma segurança, “um conforto” para que os federais sigam o mesmo caminho. Ainda segundo ele, a decisão ainda não encerrou o processo em questão na Justiça Eleitoral, mas já confere “uma tranquilidade muito grande”.
Decisão da Justiça
No TSE, a ministra Isabel Gallotti acatou o argumento de grave discriminação pessoal por parte do PDT apresentado em ação de justa causa para a desfiliação partidária protocolada pelos 14 depuatdos estaduais. A ministra entendeu as manobras do PDT Nacional de inativação do diretorio do PDT Ceará, quando comandado por Cid, como um endosso para a tese de grave discriminação pessoal, assim como os obstáculos colocados para a desfiliação dos deputados. “Nego seguimento ao recurso ordinário interposto pelos diretórios nacional e estadual do PDT”, afirmou a ministra na decisão.
A medida do TSE confirmou decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que, em abril, acatou o pedido do grupo de deputados para que pudessem deixar o PDT sem risco de perder os mandatos. A ação movida pelos deputados ocorreu como consequência do racha que o PDT do Ceará passou a partir de 2022, quando houve divergências quanto ao candidato do partido ao Governo do Estado
(Por Igor Magalhães)