“Amor que une e transforma”: enfermeiro faz o parto do próprio filho durante viagem em família

Blog do  Amaury Alencar
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 “Amor que une e transforma“: esse é o tema da campanha para o Dia dos Pais da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Por três dias, contamos histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela paternidade.

Na primeira reportagem, você acompanhou como a presença dos pais nas terapias de filhos com autismo ajudam no tratamento e podem tornar ainda mais fortes os laços que unem os dois.

Na segunda matéria, conhecemos pais que praticam esportes e levam uma vida saudável para aproveitar a companhia dos filhos plenamente.

E na última delas, um momento inusitado que se tornou único na memória de um pai, enfermeiro, que teve que fazer o parto do próprio filho. Boa leitura!

Com a proximidade do Dia dos Pais, celebrado no próximo domingo, (11), muitas histórias entre pai e filho são lembradas. O enfermeiro Thiago Sombra, que atua no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, unidade da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), há dez anos, teve uma grande emoção: ajudou no parto do próprio filho, hoje com seis anos de idade.

Ele lembra de como tudo aconteceu para o nascimento do pequeno Antônio Bernardo. Foi durante uma viagem para a cidade litorânea de Águas Belas, em um domingo pela manhã, que ele e a esposa, também enfermeira, Cristiane Batista, perceberam que a bolsa rompeu. O trabalho de parto começou no caminho de volta para casa, quando os dois e o primeiro filho, José Heitor, estavam no carro.

“Achei que a bolsa tinha estourado e já estávamos a caminho para Fortaleza, acompanhados do nosso outro filho, de quatro anos na época. Retornamos no desespero, preocupados. Quando chegamos próximo ao Eusébio [cidade da região metropolitana], as contrações começaram a aumentar e eu tive a certeza que faria o parto. Fiquei um pouco nervoso e tentando chegar o mais rápido possível no hospital”, recorda.

O pequeno Antônio Bernardo, que teve o parto realizado pelo pai

Thiago explica que o alívio surgiu quando ele identificou a placa de uma unidade de saúde. Porém, o pai teve que sair de cena para dar lugar ao enfermeiro. “Quando cheguei próximo ao local, vi que não dava mais para esperar. Percebi que já estava coroando e ela iniciou o trabalho de parto na porta de entrada, ainda no carro. Eu já tinha passado por situações com parto e resolvi fazer o da minha esposa. Fiz todo o procedimento para evitar lacerações e verifiquei como estava a criança para evitar sufocamentos. Quando ele nasceu e eu tirei ele, os profissionais da unidade já estavam descendo para pegar nosso filho. Foi quando houve o corte do cordão umbilical”. Após o nascimento, a equipe médica do equipamento de saúde realizou os procedimentos e tudo ficou bem.

Hoje, aos seis anos, Thiago fala que contou o ocorrido para o filho. “Já contei desse dia para ele. O Bernardo sempre brinca com isso também. Sempre falo que sou amigo deles, em todos os momentos. Brinco e não abro mão da conversa, de saber como foi o dia deles, tento sempre reforçar que sou amigo e ao mesmo tempo pai, em questão de orientá-los e passar segurança”, conta.

Thiago é pai dos pequenos José Heitor, de dez anos, e Antônio Bernardo, de seis anos

Sobre o amor paterno, Thiago, que se considera um pai presente, participa de todos os momentos, inclusive nos cuidados do dia a dia. “A melhor coisa de ser pai é você poder passar o melhor de você. Existem dois Thiagos: um antes de ser pai e um depois de ser pai. O que eu faço, o que eu vivo e tento passar é tudo baseado neles. Tento fazer o melhor pra eles. Ser pai é ter oportunidade de acompanhar os filhos, moldá-los e refletir junto com eles, dar base para eles. A minha profissão me deixou muito mais humano nesse sentido de cuidar, me ajudando no parto, no cuidado inicial e em todas as fases de crescimento deles. Todos os dias quando os vejo dormindo e acordando, isso me faz viver mais”, diz, emocionado, o profissional de saúde.

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