Teve início nesta segunda-feira (12/08), em Fortaleza, a terceira edição do FIEC SUMMIT, um dos maiores eventos da cadeia de hidrogênio verde, inovação e tecnologia do Brasil, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Liderada pelo Presidente da FIEC e Vice-presidente executivo da CNI, Ricardo Cavalcante, a cerimônia de abertura colocou o Ceará como centro dos debates sobre transição energética, energias renováveis e o potencial do hidrogênio verde para o desenvolvimento socioeconômico e industrial.
A solenidade contou com a participação de autoridades, empresários e especialistas do tema, entre eles o Governador do Estado, Elmano de Freitas; o Senador Cid Gomes; o Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno; o Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg; a Reitora em Exercício da Universidade Federal do Ceará (UFC), Diana Azevedo; a Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Joélia Marques; o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7), Desembargador Durval Maia; o Comandante da 10ª Região Militar, General de Divisão Pinto Sampaio; o Chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, Tenente Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo; o Chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, Tenente Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo; o CEO da ArcelorMittal Pecém, Erick Torres; o Country Manager Brasil da Fortescue, Luis Viga; o CEO da Qair Brasil, Armando Abreu; CEO da Aeris Energy, Alexandre Negrão; o Head of Hydrogen para o Grupo Voltalia e Head of LATAM-North África, Robert Klein; o Vice-Presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras; Ítalo Tadeu de Carvalho Freitas Filho; o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Salmito Filho; o Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Rholden Botelho de Queiroz; o Diretor de Negócios do BNB, Abel Amorim; a Vice-Embaixadora do Reino dos Países Baixos no Brasil, Afke Mulder; e os Ex-Presidentes da FIEC, Fernando Cirino e Roberto Macedo.
“Nosso objetivo com o FIEC Summit é mostrar à sociedade e aos empresários o que está chegando, esse novo movimento que é a transição energética. O Ceará todo está imbuído nisso. Vai ser uma vertente muito forte de ampliação da nossa indústria e do PIB do nosso Estado. E o que as pessoas vão ver aqui no evento são todas as empresas, os setores e entidades que estão trabalhando juntos para o fortalecimento da cadeia do hidrogênio verde”, afirmou Ricardo Cavalcante.
Ainda no discurso de abertura, o Presidente da FIEC ressaltou que o hidrogênio verde é um dos mais promissores frutos da busca mundial por uma nova matriz energética, e que o Ceará tem a capacidade de se tornar referência nacional na produção do combustível.
“Aqui, além das vantagens competitivas que a natureza nos deu, que potencializam a nossa capacidade de geração de energia limpa, tivemos o cuidado de construir uma infraestrutura portuária tecnológica e logı́stica, que nos integra com o resto do mundo. Soma-se a isso o modelo ímpar que encontramos de reunir nossas competências políticas, econômicas e acadêmicas em torno de um propósito comum, que é o desenvolvimento sustentável do nosso Estado”, salientou.
Cavalcante frisou, ainda, as oportunidades que devem surgir com a consolidação da indústria de hidrogênio verde no Ceará, reforçando o comprometimento da FIEC com a formação de profissionais para atender à demanda por mão de obra e o fomento à geração de tecnologia. “Acreditamos no futuro e trabalhamos cotidianamente para que a nossa indústria possa transformar o Ceará em um estado forte, competitivo, moderno e sustentável”, completou.
HOMENAGENS
A abertura do evento foi marcada por dois momentos de homenagem: a entrega de uma placa de reconhecimento ao trabalho do Governador Elmano de Freitas em prol do desenvolvimento sustentável do Ceará, e do Troféu FIEC Summit 2024 ao Senador Cid Gomes, pelos esforços na aprovação do Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono.
Elmano de Freitas agradeceu a homenagem da FIEC, enaltecendo a dedicação de Ricardo Cavalcante e da Federação para o fortalecimento da economia cearense e a implantação da cadeia produtiva de hidrogênio verde. “Em parceria com a CNI, a FIEC está realizando esse grande evento, que é um marco na discussão do processo de reindustrialização do mundo e do país. Essa é uma das maiores transformações da economia no Brasil e, com muito orgulho, nosso Estado tem sido protagonista nesse processo”, afirmou Elmano. “Não tenho dúvida de que esta nova economia que está surgindo, que exige um novo tipo de energia, é uma grande oportunidade histórica para o Ceará. O Estado tem tudo para se tornar referência para o mundo na produção da nova energia que é o hidrogênio verde. Aqui temos sol, ventos, povo com coragem para trabalhar, acadêmicos especializados, e parceria do Governo do Estado com setor privado e a universidade para instalarmos o maior hub de hidrogênio verde do país”, acrescentou.
Em fala durante o evento, Cid Gomes também se disse honrado com o troféu concedido pela FIEC. Segundo o Senador, a regulamentação da produção do hidrogênio no Brasil vem para garantir uma base legal aos empresários que pretendem investir em energias renováveis, contribuindo para a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento do setor.
“Existem várias empresas brasileiras e mundiais que estão com compromissos acertados com o Ceará para produzir hidrogênio verde. O Brasil, o Nordeste, o Ceará e o Porto do Pecém podem ser um extraordinário ponto para a implantação (dessas empresas), gerando oportunidades, empregos e a demanda por investimentos em novas energias”, pontuou.
Presente na solenidade, o Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, ressaltou que a união entre setor público, iniciativa privada, academia e sociedade civil no Ceará é elemento essencial para que o Estado se torne uma potência no processo de transição energética.
“O Ceará, neste momento, lidera um novo processo de industrialização no país a partir do lançamento de uma nova Indústria Brasil. Investimentos feitos por diversos governos fizeram o Ceará assumir a liderança na área de energias renováveis e agora na produção de hidrogênio. Tenho muita convicção de que a emergência climática e a necessidade das empresas acelerarem os processos de descarbonização com segurança farão do Ceará um grande destino para empresas do mundo todo”.
INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO
Durante a cerimônia de abertura do FIEC Summit 2024, foi assinado o Termo de Cessão de Uso para implantação do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) na Base Aérea de Fortaleza. O projeto, fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Defesa, o Governo do Estado, a Aeronáutica, a CNI e o SENAI Ceará, inclui o Centro de Inovação e Pesquisa Tecnológica do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o Instituto SENAI de Inovação (ISI). Com a assinatura do termo nesta segunda-feira, já podem ser iniciadas as ações para implementar os dois centros.
Comandante da Aeronáutica, o Tenente Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno participou da assinatura e afirmou que a viabilidade do projeto é possível graças à colaboração e à sinergia entre poder público e o setor empresarial.
“Expresso a mais profunda gratidão a todos os parceiros desse projeto, os quais, com dedicação e visão inspiradora, estão erguendo os pilares que deverão sustentar o sucesso desta grandiosa iniciativa”.
PAINEL DE ABERTURA
Para dar início à programação do FIEC Summit 2024, Ricardo Cavalcante comandou o painel “Investidores e suas iniciativas no Ceará”, que teve como convidados o Country Manager Brasil da Fortescue, Luis Viga; o CEO da ArcelorMittal Pecém, Erick Torres; o CEO da Qair Brasil, Armando Abreu; o CEO da Aeris Energy, Alexandre Negrão; o Head of Hydrogen para o Grupo Voltalia e Head of LATAM-North Africa, Robert Klein; o Gerente Geral do Consórcio Stolthaven Terminals/GES, Marcelo Schmidt; e o Diretor de Projetos da Casa dos Ventos, Mark McHugh.
Os participantes apresentaram projetos em andamento envolvendo hidrogênio verde no Ceará. Mais de 30 empresas possuem memorandos de entendimento assinados com o Governo do Estado para produzir o combustível no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
“Este momento é histórico para o país, é um grande vetor de reindustrialização do Brasil. Nós avançamos muito nos últimos três anos. A gente tinha pouca coisa e hoje a indústria começa a se realizar. Esse trabalho que está sendo feito é muito inovador e vem da parceria do Governo Estadual, do Governo Federal e das empresas”, afirmou Luis Viga.
A parceria entre poder público, iniciativa privada e academia também foi exaltada por Erick Torres. “Temos que estar sempre discutindo e debatendo sobre esse assunto, criando condições para enxergar o futuro que está muito próximo. E é óbvio que precisamos ter, sim, essa tríplice aliança do poder público, do poder privado, da academia, que garante uma sustentação, um desenvolvimento das oportunidades que acreditamos que vão existir”.
Já Robert Klein, do Grupo Voltalia, parabenizou a FIEC pela iniciativa de promover mais uma edição do Summit, destacando a relevância dos debates para impulsionar a indústria verde. “Se hoje nós podemos falar de hidrogênio verde e colocar, potencialmente, o Brasil como um dos principais produtores competitivos no mercado mundial é graças à sua capacidade de ter demonstrado que as energias renováveis do Brasil são competitivas”.
Pela primeira vez no evento, Armando Abreu, da Qair Brasil, lembrou do papel das discussões também na conscientização da sociedade em geral sobre as energias renováveis e a necessidade de mudança da matriz energética global. “Fico muito satisfeito de participar, porque foi a primeira vez que eu vi a convergência total do poder público, do poder humano, do econômico e da academia. Os sucessivos governos e a FIEC têm tido um papel preponderante”.
Alexandre Negrão, da Aeris Energy, abordou o potencial para a geração de energias renováveis no Brasil, destacando a necessidade de incentivos dedicados ao setor. “Estamos bem posicionados para acessar o mercado americano e o europeu, que vão triplicar de tamanho nos próximos anos. O que precisamos é de políticas públicas muito bem estabelecidas”.
Jornalista Roberto Moreira