MEIs: CE é 3º no Nordeste com maior participação feminina

Blog do  Amaury Alencar
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O Ceará se consolida como o terceiro estado brasileiro e o primeiro na região Nordeste em participação feminina entre os Microempreendedores Individuais (MEI) formalizados. De um total de 437,7 mil MEI formalizados no estado até o final de 2022, 47,1% eram mulheres. Esse índice coloca o Ceará atrás apenas do Rio de Janeiro, com 49,1% de mulheres microempreendedoras, e do Espírito Santo, com 48,5%.
Alan Girão, analista da Unidade de Gestão do Cliente do Sebrae/CE, atribui esse resultado a um conjunto de ações voltadas ao empoderamento e à conscientização das mulheres empreendedoras no estado. “Observamos um movimento crescente de empoderamento que faz com que as mulheres se sintam mais capacitadas para empreender e buscar o conhecimento necessário para gerir seus negócios. Isso reflete no aumento do número de empresas lideradas por mulheres,” explica Girão. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Impacto
O estudo do IBGE também revela outros aspectos importantes sobre os microempreendedores cearenses. O número de MEI no estado aumentou de 342,5 mil no início de 2020 para 437,7 mil em 2022, representando 18,6% do total de ocupados no Ceará. Além disso, houve um aumento significativo no número de MEI que geram emprego. O número de MEI empregadores subiu de 2,8 mil em 2020 para 3,5 mil em 2022, com 44,7% desses empregadores atuando no setor de Serviços.
A análise também aponta que a taxa de sobrevivência média dos MEI cearenses no terceiro ano de operação é de 80,5%. A diferença entre os sexos é mínima, com homens apresentando uma taxa de sobrevivência média de 80,7% e mulheres 80,3%. A faixa etária também influencia a sobrevivência dos empreendimentos, com microempreendedores de até 29 anos tendo uma taxa média de sobrevivência de 76,1%, enquanto aqueles entre 40 e 49 anos apresentam uma taxa de 85,4%.
Benefícios
O levantamento destaca ainda a inclusão dos microempreendedores individuais cearenses no Cadastro Único (CADÚnico), principal ferramenta do governo para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais. Em 2022, 41,2% dos MEI do Ceará estavam cadastrados no CADÚnico, totalizando 180,1 mil pessoas. Desses, 104 mil eram beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), o que corresponde a 57,7% dos MEI presentes no Cadastro Único.
Esses dados evidenciam não apenas o crescimento e a participação ativa das mulheres no setor de microempreendedorismo no Ceará, mas também a importância das políticas públicas e programas de inclusão social para o fortalecimento e a sustentabilidade desses empreendimentos. Na avaliação do economista Helder Cavalcante, a presença significativa de mulheres reflete não apenas um avanço no empoderamento feminino, mas também a eficácia das políticas de incentivo e capacitação empreendedora implementadas no estado. “O fato de o Ceará superar a média nacional, ficando atrás apenas de Rio de Janeiro e Espírito Santo, demonstra um ambiente favorável para o crescimento dos negócios liderados por mulheres e um modelo positivo para outras regiões. Esse cenário evidencia que, ao unir políticas públicas com estratégias de capacitação e apoio social, é possível criar um ecossistema de negócios mais inclusivo e sustentável, promovendo tanto o crescimento econômico quanto a redução das desigualdades”, disse.

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