O recente renascimento da cotonicultura no Ceará, após a devastação causada pela praga do bicudo na década de 1980, tem como uma de suas principais bases a pesquisa e a inovação. Nesse sentido, a Faculdade de Tecnologia Centec (Fatec) vem realizando estudos que buscam desenvolver orientações específicas sobre adubação e outros cuidados, como forma de apoiar os produtores cearenses.
Os trabalhos envolvem, entre outras fases, testes para verificar os níveis mais adequados de nitrogênio, fósforo e potássio para o desenvolvimento da planta no solo do Cariri. “Alguns produtores costumam usar recomendações de outras regiões do país, o que não é interessante. Esse trabalho visa trazer uma recomendação local para as condições de solo e clima da nossa região”, explica o professor Aureliano Albuquerque, do curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem da Fatec Cariri e coordenador da pesquisa.
As características do clima e do solo e o perfil dos produtores fazem do Cariri uma das regiões de grande potencial para a cotonicultura. Das 3,3 mil toneladas de algodão herbáceo em caroço produzido no Ceará em 2022, o Sul Cearense foi responsável por 987 toneladas, conforme dados da Produção Agrícola Municipal (PAM-IBGE). Segundo Albuquerque, o uso dos nutrientes na quantidade correta é primordial para a obtenção de altas produtividades.
“A partir do momento em que o produtor aplica esses nutrientes em excesso, vários problemas podem ser causados, inclusive problemas ambientais, como a salinização do solo, poluição do lençol freático e eutrofização de rios”, alerta.
Os estudos contam com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), por meio de bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (Funcap). A Fatec Cariri é uma unidade mantida pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece) e gerenciada por meio de contrato de gestão com o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec).