Alfredo Cavalcante lança livro sobre história do aeroporto de Iguatu

Blog do  Amaury Alencar
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 Uma noite marcada por muita emoção e boas recordações, assim aconteceu o lançamento do livro de Alfredo Cavalcante, ‘Aeroporto Regional de Iguatu Francisco Tomé da Frota do passado ao presente’,no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL.

Entre os convidados, familiares, amigos e personagens entre essas Bernadete Araújo de Mendonça, a primeira mulher ‘brevetada’ no Estado do Ceará, no final da decada de 60, presentes também: Franklin Bezerra, vice-prefeito de Iguatu,  Tales Teixeira, vice-presidente da CDL, Hilton Montenegro, escritor, e Wilson Holanda Lima Verde, memoralista. O evento teve como mestre de cerimônia o jornalista Honório Barbosa.

Durante as falas, foi destacada a importância dessa obra de pesquisa histórica feita por Alfredo Cavalcante. “Um presente que Iguatu está recebendo hoje, pelas marcantes histórias resgatadas nessa obra”, disse Hilton Montenegro, ressaltando também o quanto donos de aeronaves ajudam a salvar vidas de pessoas que necessitaram de socorro urgente por problemas de saúde. Ainda segundo Montenegro, essa obra preencheu uma lacuna da história de Iguatu, que necessitava ser contada.

Alfredo Cavalcante, entusiasta da aviação desde a infância, contou que a ideia de lançar esse livro surgiu após a morte do pai dele, Eliomar Alves, em março de 2019, desde então, passou a elaborar como escreveria a obra, que somente no inicio de 2020, foram dados os primeiros passos. Quando passou a unir a homenagem de certa forma ao seu pai, que tinha um sebo, e grande incentivador da leitura, até mesmo doações de livros. O segundo mote é o gosto, entusiasmo pela aviação. Desde a sua infância e adolescência gostava de ir para o Aeroporto Tomé da Frota ver os aviões, conversar com pilotos, com funcionários, acabou se tornando amigo dessas pessoas.
“Eu só comecei a trabalhar oficialmente no livro a partir de janeiro de 2020. Depois do falecimento dele até o resto do ano, fiquei amadurecendo aquela ideia. A outra coisa que foi decisiva para a construção da obra era que teria que escolher um assunto que dominasse. Algo que eu gostasse. Desde garoto, que sou entusiasta da aviação. Eu precisava falar de algo que eu gostasse, que tenho apreço e que não iria me trazer tanta dificuldade. Foi as junção das duas coisas. E por que o aeroporto? Porque eu conversei com várias pessoas, tentei levantar em termos de documentação se tinha alguma coisa escrita sobre o aeroporto. E nunca teve nada. O que teve foram pequenas notas em livro. Uma coisa muito superficial”, contou.

Durante o lançamento, Alfredo agradeceu a todas as pessoas e empresas que ajudaram na realização dessa obra: “Eu tive apoio de dois historiadores iguatuenses, José Wilton Montenegro e seu Wilson Holanda Lima Verde. Eles foram meu alicerce para começar a trabalhar o livro. São experientes escritores, pessoas interessadas no assunto. Eu me aconselhei com eles. Foi conversando com eles que consegui achar o rumo do livro. Eu tive ajuda de aviadores iguatuenses, um dos mais antigos e os da atualidade. Tenho enorme gratidão, pois todas as horas que precisei de ajuda recebi essa ajuda.”

O livro com 408 páginas, composto por 20 capítulos, em ordem cronológica, passeando pelos mais diversos pontos que compõem a história desse importante equipamento desde o tempo de Campo de Aviação, passando pela aviação comercial, Aeroclube, a primeira mulher aviadora do Ceará a tirar brevê, que é iguatuense, acidentes com mortes, incidentes, o primeiro voo de avião partindo de Iguatu quando o escritor teve seu sonho realizado, aviação executiva, esportiva, aviação experimental, entre outras tantas histórias pesquisadas e contadas na obra. “Eu não consigo falar sobre a história do aeroporto de Iguatu, sem falar sobre a história de Iguatu. Elas andam casadas uma com outra. Quando eu falo de alguma dessas pessoas, estou trazendo à tona os anos 30, 40,… 70, 90… até os dias atuais. Desde a década de 30”, acrescentou.
Além de fatos pesquisados pelo escritor, entre essas a figura do engenheiro Francisco Tomé da Frota, personagem que dá nome ao aeroporto de Iguatu. Existe uma figura sobre história desse aeroporto que eu só vim entender que realmente era o Dr. Tomé da Frota, quando comecei a escrever o livro, porque eu associava que o engenheiro Tomé da Frota era o engenheiro que tinha construído o aeroporto, o terminal de passageiros, mas não tem nada a ver. Ele não era de Iguatu. Era de Santana do Acaraú, região Norte. Nos anos 30, quem era o dono da Cidao, era o empresário Trajano Medeiros. Ele convidou o Dr. Tomé da frota, isso no final dos anos vinte para trabalhar com ele. Em algum momento ele comprou as terras onde hoje é o aeroporto. Quando foi em 1933, houve uma desapropriação a pedido do governo federal, na época o presidente era Getúlio Vargas e foi feita a desapropriação e metade das terras pertencente ao aeroporto era do Francisco Tomé da Frota. Mas, mais adiante campo de aviação passou a chamar aeroporto. 1969, Tomé da Frota, que era também maçon, foi o segundo venerável mestre da Loja Deus e Liberdade Nº 10. E em um dado momento, quiseram homenagear Tomé da Frota. Aproximadamente em março de 1969, em 1070, houve a ação em homenagem a ele pelos relevantes serviços prestados a Iguatu ”, relembrou, contando ainda que Tomé da Frota ainda era vivo quando o aeroporto foi inaugurado e recebeu o nome dele, mas ele não veio para homenagem. “O que soube é que também ele teve uns graves problemas de saúde. Em 1958, ele veio morar em Fortaleza. Já não era mais da Cidao. Era do antigo Instituto Federal de Obras Contra Secas, que depois passou a ser chamado de DNOCS. A vida dele todinha praticamente profissional foi no DNOCS”, disse.

Outro capítulo relata alguns acidentes que aconteceram, dentro do aeroporto sendo que dois desses com mortes. “Um avião que caiu com o instrutor e o aluno, em 63, e também infelizmente, seu Sitônio, que era Guarda Campo Aeronaútico, se envolveu num acidente em terra, com um helicóptero já pousado, por descuido de segundos o rotor da cauda pegou ele. Fora isso, no aeroclube teve pouso de emergência”, relembrou, agradecendo a amizade que teve com guarda-campo aeronáutico, Antônio Pinto de Melo, Sitônio, como era popularmente chamado. “Tem muita coisa, nesse livro são 20 capítulos, 408 páginas. Tem capítulo também sobre o paraquedismo. Só existe clube de paraquedismo no interior do Ceará em Iguatu e em Fortaleza, isso graças ao Carlos Fernandes, da Carval que criou esse clube aqui. É uma referência”.

“Eu trabalhei escrevendo o livro, pesquisando, fazendo entrevistas, na biblioteca em Fortaleza. Todo esse trabalho durou de janeiro de 2020 a dezembro de 2023, Foram 4 anos, ininterruptos. Em 2020 fiquei de molho alguns meses, por conta da pandemia. Queria avançar, mas não tive como por conta dos locais fechados, só que não parei, fui fazendo o que podia. Nos últimos dois anos, 2022 e 23, trabalhei fortemente até sua conclusão”, pontuou.

Entre tantas histórias, Alfredo também relembra da primeira vez que viu um avião de perto, quando a Varig (Viação Aerea Rio Grandense) operava em Iguatu, mas antes da Varig operou também a Real Aerolinhas Brasil. “Iguatu teve fortemente essa aviação comercial dos anos 50, 60, até meados dos anos 70, foi quando houve um acidente só com danos materiais, uma aeronave de 40 lugares estava manobrando e afundou na pista numa parte fofa. Abril de 1974. Em 1974, eu tinha 8 anos e nunca tinha visto uma avião de perto. Meu saudoso pai me levou para o aeroporto. Hoje aos 58 anos de idade, lembro como se fosse hoje. A primeira vez que eu vi uma avião foi justamente esse avião”, contou, ressaltando que já havia uma predisposição das companhias aéreas de tirar esse voos comerciais. “Porque a aviação estava se aperfeiçoando tecnologicamente. Precisava de estruturas maiores, grandes pistas, controle. Essa de Iguatu ficou inviável. Isso de certa foi até um motivo para encerrar os voos naquela epóca”, destacou.

Atualmente o aeroporto de Iguatu recebe um voo semanal da Azul Conecta, subsídiária da Azul. Antes dela a Two Flex, subsídiaria da Gol, operava, mas os voos foram suspensos no período da pandemia da Covid-19.

As pessoas interessadas em comprar o livro bastam entrar em contato com o próprio autor pelo número: 85.9.9976 -0048.

                                                       Jornal a Praça 

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