Ave migratória é registrada em bando maior em Iguatu

Blog do  Amaury Alencar
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“Eu acredito que é a evolução do animal, o tapicuru (Phimosus infuscatos) se adapta muito bem aos biomas e ambientes onde pode encontrar alimentação com fartura. Ele se adapta e fica. A primeira observação foi em junho de 2018 e de lá para cá eu venho acompanhando-os se reproduzindo aqui na região de Iguatu, nas lagoas, ficando, virando temporadas, passam o ano por aqui. Mas, eu já observei através de contatos de outros amigos do Estado, eles migrando na temporada seca para outras regiões do Ceará.

Há relatos de agricultores e moradores de várias regiões apontando a presença dessa ave que não é nativa. “Eles nem sabem o nome porque toda ave que é comum para a região tem um nome popular, apesar de ter nome científico, moradores adotam nome popular, mas não conhecem ainda. perguntam se é parente de tal bicho, de outro bicho.


Ainda de acordo com Alan, o tapicuru tem sido visto em outras regiões do Brasil, sendo nativo da Região Sul.  “Ela está chegando ao litoral. Chegou ao litoral de São Paulo. Eu acredito que nesse ano ou próximo ela já esteja dominando o litoral cearense, chegando a todas as regiões de mangue e até à capital Fortaleza”, projeta Alan, dando algumas características da ave. “Ela pertence a um grupo de aves chamada de ibis, tem um bico longo e curvado para baixo. Esse bico facilita quando ela está na região alagada a caça do alimento”.

Um bando com mais de 50 aves foi avistado na estrada do Fomento. Ali tem plantação de arroz, área alagada com alimento para as aves. “Com essa água nova, toda fauna que estava embaixo da terra seca começa a subir, como sapos, girinos, caramujos. É o alimento deles. Começam a caçar água nova e se alimentar”, complementou.

“O tapicuru já foi registrado em doze cidades do Ceará e outras regiões entre essas Sobral, Varjota, Russas, Jaguaruana. Está chegando ao Cariri e também foi visto no Rio Grande do Norte e na Paraíba”, disse.

Ainda de acordo com Alan, as pessoas não devem ter nenhum tipo de contato com a ave. “Se avistarem alguma ave doente, morta, o certo é ligar para o órgão responsável para que o animal seja recolhido e seja feito teste. No caso de Iguatu, acionar a polícia ambiental ou a vigilância sanitária.

Histórico

O tapicuru foi observado pela primeira vez em Iguatu no 7 de junho de 2018, pelo próprio Alan Marcel na lagoa da Bastiana, sendo a primeira descrição da espécie documentada para o Ceará. Sete meses após a observação, no dia 25 de janeiro de 2019, a espécie foi registrada construindo seus ninhos e reproduzindo em terras iguatuenses.

O tapicuru reproduz-se em várias lagoas da nossa cidade. Bastiana e Julião são os principais pontos, podendo ter até duas posturas/ninhadas por casais em uma temporada, os animais buscam a vegetação com juncais (coberta com gravetos ou pequenos galhos) para construção de seus ninhos, que são arquitetonicamente construídos em vegetação sob água. Seus ovos têm coloração azulada, sendo incubados de 23 a 24 dias.


                                                       Jornal a Praça 


                                                   

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