Dia Nacional do Teatro: conheça a trajetória de artistas cearenses que vivem da arte de atuar

Blog do  Amaury Alencar
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Nesta quinta-feira (19), é celebrado o Dia Nacional do Teatro. A data foi criada como uma forma de homenagear essa manifestação cultural que envolve arte, movimento, voz, memória e pertencimento. A cultura de atuar chegou ao Brasil por volta do século XVI, trazida pelos padres jesuítas. Eles usavam o teatro como forma de catequizar os índios, pois para eles, o uso de imagens facilitava o processo de evangelização.

Um dos principais padres jesuítas que usou o “teatro de catequese” foi o padre José de Anchieta, ele é considerado o primeiro dramaturgo do país. No entanto, foi somente com a chegada da Família Real Portuguesa em 1808, que o teatro passou a ser usado como forma de entretenimento. A realeza contratava companhias teatrais para se apresentarem. Os primeiros grupos teatrais brasileiros, principalmente as comédias que retratavam a sociedade da época, só começaram a surgir no século XIX.

O ator, diretor e produtor cultural, Carri Costa, é um dos mais conhecidos e respeitados do teatro cearense. Ele começou sua carreira no mundo da atuação aos 15, com o teatro de bairro, depois entrou para o teatro de rua, onde ele se conectou ainda mais com essa arte, principalmente voltada para a comédia do improviso. Ao todo, já são mais de 42 anos de profissão divididos entre atuação, direção e produção.

“O teatro de rua me despertou muito, essa questão do riso da comédia do improviso é um exercício maravilhoso, exercício maravilhoso com improviso. Na sequência, fui sendo mais ousado, trabalhando, escrevendo para o teatro, montando espetáculos sempre nessa, e, não sempre, mas na maioria das vezes, nessa vertente da comédia nessa”, relembra Carri.
Carri destaca que, mesmo com o passar do tempo, o mundo teatral ainda enfrenta dificuldades, as pessoas ainda não têm uma noção da importância do teatro como forma de cultura.
“Dificuldades, independentemente do tempo, as pessoas ainda não têm nenhum entendimento da importância da cultura em si, e muito menos da cultura teatral. Falta muito essa sensibilidade. Talvez por isso, né, se torne muito difícil caminhar por essa arte, viver por essa arte, a gente está sempre sobrevivendo nessa arte, então”, destaca Carri.
Fundado em 1993, por Carri, o Teatro de Praia é outro destaque do cearense. O espaço cultural é um dos principais palcos de Fortaleza e recebe espetáculos de todos os gêneros. No local também acontecem oficinas e cursos.

Mesmo com todas as dificuldades, o ator destaca que ao subir nos palcos e ouvir o riso do público é que lhe faz ter a certeza de que aquela peça, o personagem, foi aprovado, pois essa é uma das maiores recompensas para um artista. “É genial assim, eu me sinto muito realizado. Então, assim, eu funcionei ponto, meu personagem está dando, estou entregando. Quando o público ria ali, é mágico, é uma aprovação imediata. É assim sonoro, você escuta o riso, isso é fantástico”, conta.
Assim como Carri, a atriz cearense Solange Teixeira também iniciou sua carreira ainda na adolescência. Seu primeiro contato com os palcos foi no colégio. Na época, ela teve que escrever e atuar em uma peça teatral. Quem vê Solange atuando hoje não imagina que ela era uma garota tímida, mas ao subir no palco, se sentiu em casa e nunca mais largou.

“Eu era muito tímida, quando eu pisei no palco, passou tudo, me senti em casa, vi que aquilo ali era realmente o que queria fazer. A partir daí, não parei mais, continuei, fiz festa infantil, depois entrei para o teatro mesmo. Nunca teve um ano que eu não tivesse atuando. Isso já faz 40 anos”, conta Solange.
Solange destaca a importância do teatro para sua vida e a recompensa de poder estar nos palcos atuando. “O teatro foi tudo, foi fundamental na minha vida. O teatro me deu amigos. O teatro me deu assim, uma alegria imensa de ver esse público dizendo que se emociona comigo, me fez conhecer vários lugares. Então, o teatro, para mim, foi tudo. Eu sempre digo: é de outra vida”, finaliza Solange.
Os dois atores cearenses têm suas carreiras consolidadas, passando pelo teatro, televisão e cinema. O trabalho mais recente de ambos foi ao lado de outro cearense que tem sido grande destaque na atualidade, Edmilson Filho, na série “O Cangaceiro do Futuro”, exibido na Netflix, além da série Cine Holliúdy.

Por Dalila Lima

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