Entenda a greve dos bancários do Banco do Brasil no Ceará

Blog do  Amaury Alencar
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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 16-09-2024: Condições e movimentação de pessoas no primeiro dia da Greve dos bancários do Banco do Brasil na agência da Osório de Paiva. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 16-09-2024: Condições e movimentação de pessoas no primeiro dia da Greve dos bancários do Banco do Brasil na agência da Osório de Paiva. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) Crédito: Samuel Setubal


Os cearenses se depararam nesta segunda-feira, 16, com as agências do Banco do Brasil sem atendimento no Ceará. Acontece que o Sindicato dos Bancários no Estado não entrou em acordo com a instituição e resolveu declarar greve por tempo indeterminado. 

A paralisação não atinge apenas os municípios de Iguatu, Sobral, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha por não estarem na base sindical.

No restante, 26 unidades são afetadas na Capital e cerca de 70 em todo o Ceará.

A categoria reivindica melhorias nas gratificações, novas funções com maiores salários, aumento Participação nos Lucros e Resultados (PLR), alterações nas métricas de metas, entre outras propostas apresentadas na ACT. Confira as principais:


  • Elevação de seis para sete salários por ano o teto da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
  • Manutenção da gratificação dos caixas até dezembro, com priorização para novas funções de salário superior.
  • Garantia de incorporação da gratificação para caixas com mais de 10 anos de função em 2017.
  • Criação da função de Assistente de Atendimento e Negócios a partir de janeiro, com um valor mínimo 6% maior do que o atual salário do escriturário.
  • Criação da função de Especialista (jornada de 8 horas), com remuneração superior à de supervisor, com 2.700 vagas prioritárias para supervisores de atendimento.
  • Criação de mais de 500 novas vagas para Gerentes de Relacionamento e cerca de duas mil vagas de Assistente.
  • Aumento no valor de referência dos cargos de Assistente Júnior e Assistente Pleno, impactando cerca de 4 mil funcionários.
  • Compromisso de resolver questões de saúde e previdência até julho de 2025, com reuniões trimestrais.
  • Ampliação das faixas na tabela, beneficiando 50% dos funcionários imediatamente.
  • Alterações nas métricas de metas, com premiação para superação de indicadores.
  • Redução do prazo de concorrência para 12 meses na nomeação de funções e retirada da trava de 10% de claros.

Em nota de resposta o Banco do Brasil explica que para a data base de 2024 foram realizadas diversas rodadas de negociação por mais de 2 meses que resultaram proposta final aceita pelas entidades sindicais para deliberação na assembleia de funcionários.

A instituição afirma que "a proposta foi aprovada em diversas assembleias em todo país e algumas regiões ainda estão avaliando".

Além disso, acrescenta que os "clientes BB contam com atendimento via App, Internet Banking, Correspondentes Bancários e Central de Relacionamento pelo telefone 4001-0001 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 729 0001 (demais localidades)".

Deflagração da greve foi anunciada no dia 13

Em assembleia híbrida realizada na última quinta-feira, 12 de setembro, 57,93% dos 1.046 bancários participantes votaram a favor da deflagração da greve, iniciada nesta segunda-feira, 16. O aviso foi publicado 72 horas antes, na última sexta-feira, 13. 


A paralisação ocorre após o BB não aprovar a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que é um ato jurídico de caráter normativo específico para cada empresa que gera obrigações entre os empregadores e empregados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, José Eduardo Rodrigues Marinho, o BB é o único que enfrenta dificuldade na assinatura.

"O único banco que enfrenta dificuldade é o Banco do Brasil e a gente tem uma pauta para tentar reabrir negociações com o banco que, infelizmente, vai ser cada vez mais difícil, pois mais de 70% dos funcionários do banco já estão com o acordo assinado", explica.

 A assinatura do Banco do Nordeste do Brasil, BNB, ocorreu na última quinta-feira, 12. Já a Caixa Econômica Federal, que também não aprovou a proposta de primeira, irá realizar a assinatura do ACT às 14h desta segunda-feira, 16, após assembleias realizadas nos dias 4, 5, 11, 12 e 13 de setembro.

Além disso, o presidente explica que os motivos que motivaram a decisão de começar a greve são vários, como bancários trabalhando doentes, carreira estagnada, cobranca de metas.


                                                 o Povo 

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