Horário de verão pode gerar economia de R$ 400 milhões, diz ONS

Blog do  Amaury Alencar
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A adoção do horário de verão no Brasil poderia resultar em uma redução significativa na demanda máxima de energia elétrica e gerar economia para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo nota técnica divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre os meses de outubro e fevereiro, o ajuste nos relógios poderia reduzir em até 2,9% a demanda máxima de eletricidade, gerando uma economia próxima a R$ 400 milhões. O impacto positivo seria observado principalmente no consumo de combustível termoelétrico, que seria diminuído entre R$ 244 milhões e R$ 356 milhões, dependendo das condições hidrológicas.
Além da economia financeira, o ONS destaca que o horário de verão contribuiria para uma maior eficiência no atendimento dos horários de pico de consumo, especialmente entre 18h e 20h. Nesse período, o sistema enfrenta desafios devido à redução da geração solar e ao aumento da demanda por energia elétrica, particularmente nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, que representam boa parte do consumo nacional. O estudo do ONS mostra que a adoção do horário de verão é eficaz em amenizar o aumento da carga entre 18h e 19h, o que reduz a pressão sobre o sistema elétrico durante os horários críticos.
Contudo, o ONS também pondera que, apesar dos benefícios nos horários de pico, o horário de verão tem efeito limitado na redução da carga média diária de energia. Mesmo assim, foram observadas “reduções significativas” em dias úteis, sábados e domingos, principalmente nas demandas máximas noturnas. Com base nos resultados do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, a nota técnica ainda estima que a economia anual gerada pela prática poderia chegar a R$ 1,8 bilhão em termos de pagamento de receita fixa aos empreendimentos vencedores do leilão.

Histórico
O horário de verão no Brasil foi introduzido pela primeira vez em 1931, com o objetivo de aproveitar a maior luminosidade natural durante o verão e reduzir o consumo de energia elétrica. Com algumas interrupções ao longo das décadas, a prática foi adotada de forma mais consistente a partir de 1985, abrangendo principalmente as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No entanto, em 2019, o governo federal decidiu cancelar a adoção do horário de verão, sob o argumento de que o ganho energético proporcionado pela prática havia diminuído ao longo dos anos, especialmente devido à evolução tecnológica, como o uso mais eficiente de lâmpadas e aparelhos elétricos. Estudos mostraram que a economia de energia não era mais tão relevante quanto em décadas anteriores, levando à suspensão da medida. Hoje, a possível retomada do horário de verão voltaa a ser debatida em função dos impactos econômicos e energéticos destacados pelo ONS.

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