O governo federal reafirmou seu compromisso de corrigir a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos em 2025. Em entrevista à reportagem, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, garantiu que a medida será mantida. “Corrigimos para dois salários mínimos, estamos mantendo e vamos manter isso”, afirmou Mello, em resposta a questionamentos sobre a ausência da correção no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, enviado recentemente ao Congresso Nacional.
Com a previsão de aumento do salário mínimo para R$ 1.509 no próximo ano, a faixa de isenção do IR será ajustada para R$ 3.018. O secretário tranquilizou os contribuintes: “Vai ter [a correção], fique tranquilo que, assim como não estava no anterior, a gente faz”. Ele ainda destacou que o governo já estuda medidas compensatórias para cobrir a perda de arrecadação decorrente da elevação do limite de isenção.
Em 2024, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia elevado a faixa de isenção para trabalhadores com renda de até R$ 2.824, o equivalente a dois salários mínimos, marcando a primeira correção após oito anos de congelamento. No entanto, a promessa de campanha de isentar quem ganha até R$ 5.000 ainda está distante de ser cumprida, gerando expectativas sobre as próximas fases da reforma tributária.
Mello ressaltou que o governo pretende dar continuidade à reforma do IRPF com foco na progressividade do sistema. A equipe econômica quer que aqueles que possuem maior renda paguem proporcionalmente mais impostos, aliviando a carga tributária sobre as classes de renda mais baixa e média. A reforma da renda, prevista para ser enviada ao Legislativo até o final do ano, busca aumentar a renda disponível dos trabalhadores, incentivando o consumo e gerando impacto econômico positivo. “Tudo isso está sendo calculado”, afirmou o secretário, destacando o esforço em construir um sistema tributário mais justo e eficaz.