O combate à violência de gênero foi tema de um congresso que contou com a presença do gestor da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Sá, na manhã desta terça-feira (03). A segunda edição do Congresso Internacional sobre Violência de Gênero (II Civige) foi realizada no Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor), na Área Integrada de Segurança 7 (AIS 7) da Capital e contou com a presença de autoridades e de estudiosos da área.
O evento contou com as participações do secretário titular da SSPDS, Roberto Sá; da vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero; do diretor geral da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), Leonardo Barreto; do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), Raimundo Nonato; do reitor da Unifor, Randal Pompeu; da diplomata Sophie Davies, embaixadora da Austrália no Brasil; além de outras autoridades.
Em sua fala na abertura do II Civige, a vice-governadora e titular da Secretaria das Mulheres (SEM), Jade Romero, palestrou sobre as iniciativas para combater a violência contra as mulheres, que incluem 21 unidades da Casa da Mulher e a disponibilização de uma plataforma para solicitar medidas protetivas por meio da internet, além da operação Shamar, que teve resultados divulgados também na manhã desta terça-feira (03).
“Na maior parte dos feminicídios, os vizinhos relatam que ouviram discussão e, em muitos desses casos, não houve sequer uma ligação para o 190. Porque difundimos, por muito tempo, uma ideia de que em briga de marido e mulher, não se mete a colher. Mas devemos meter a colher sim, pois uma simples ligação para a Polícia pode ser o ato entre a vida e a morte de uma mulher por feminicídio”, defendeu a secretária das mulheres, Jade Romero.
Sobre a importância do debate acerca do tema, o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, destacou a obtenção de resultados positivos no combate à violência contra as mulheres, mas afirmou que ainda há muito a ser feito. Entre os números obtidos pelo Estado, está a taxa de feminicídios a cada 100 mil mulheres no Estado, que é a menor do país, de acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
“O Brasil ainda tem muitos desafios a vencer, e o Ceará tem dado a sua contribuição. O Estado teve a menor taxa de feminicídio no ano passado, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e fomos o único que reduziu os números de importunação sexual. Mas não comemoramos, pois precisamos, como sociedade, enfrentar esse problema. Quanto mais focarmos nossas atenções no sentido de proteger essas vítimas que sofrem violência em âmbito familiar, mais vamos caminhar para ter uma sociedade menos injusta e violenta, mais tolerante e igualitária”, pontuou o secretário da SSPDS, Roberto Sá.
O reitor da Unifor, Randal Pompeu, defendeu, na abertura do evento, o papel das instituições de ensino sobre a conscientização acerca da violência de gênero. “Nossa atuação para combater essa triste realidade social inicia na formação dos nossos alunos. Temos o compromisso de formar não apenas profissionais capacitados para o mercado, mas também cidadãos conscientes e humanos”, reforçou.
O evento acadêmico foi realizado em parceria pela Unifor, Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Católica Portuguesa (Porto | UCP) e Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE). A abertura da palestra teve apresentação do Coral da Unifor e do poeta popular, músico e arte educador Tião Simpatia.