Resultados de testes encomendados pelo Governo do Estado indicaram uma grande concentração de urânio acima do normal, na água extraída de poços que abasteciam o distrito de Trapiá, em Santa Quitéria. Os dados, que geraram bastante surpresa, foram apresentados hoje (14/10) em uma audiência pública na comunidade, que reuniu a Secretaria de Saúde municipal e estadual, Cogerh, Sohidra, Cagece, Sisar, Defesa Civil e outras autoridades.
Os dados ainda não estão completamente precisos, ou seja, não é possível dizer desde quando há essa contaminação, de onde veio, se há ligação com o material da jazida de Itataia (distante 90km em linha reta) e qual potencial danoso. A medição indicou que o grau encontrado em algumas amostras pode chegar de sete a oito vezes acima do parâmetro normal.
Como medida de emergência, todos os poços foram interditados. O pedido feito pelas autoridades é que a população consuma apenas da adutora, que deve começar a funcionar a partir desta semana ou de outras fontes legalizadas. Até lá, Trapiá segue sendo abastecido com caminhões-pipa de água potável da Cagece.
Paralelo a isso, um trabalho de investigação mais minucioso será feito nos próximos dias. Uma equipe do Ministério da Saúde, em parceria com a Sesa, será enviada ao distrito, onde submeterá a mais análises e exames nos moradores, para verificar se houve contaminação com o material. Observando a série histórica de anos anteriores, a Secretaria de Saúde não identificou casos de câncer ou alguma anormalidade de doenças na região, que levantasse suspeita.
Dentre os presentes na audiência, estavam a secretária estadual Tânia Mara Coelho, bem como o secretário-executivo de Vigilância em Saúde Antonio Lima Neto (Tanta). Tânia Mara explicou que o urânio ali pode ter se formado naturalmente, presente em qualquer solo e até descartando uma ligação direta com Itataia, apenas confirmando se tratar de uma quantidade alta.
A voz de Santa Quitéria