O Ceará ocupa a quinta posição nacional entre os estados brasileiros com maior percentual de mulheres responsáveis pelos lares, de acordo com dados do Censo Demográfico divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as 3 milhões de unidades domésticas no estado, 52,6% são chefiadas por mulheres, um aumento expressivo em relação a 2010, quando as mulheres representavam apenas 39,6% dos responsáveis pelos domicílios. Este avanço reflete uma tendência de maior protagonismo feminino nas estruturas familiares e coloca o Ceará ao lado de outros estados do Nordeste, como Pernambuco, que lidera o ranking com 53,9%.
Esse crescimento acompanha uma série de mudanças nos arranjos familiares no estado. Em 2022, 57,8% das unidades domésticas cearenses eram compostas por uma pessoa responsável e cônjuge de sexo diferente, uma queda em relação a 2010, quando esse tipo de composição representava 66,9%. Em paralelo, houve um aumento de domicílios com casais sem filhos, que passaram de 14,1% para 18,2%, enquanto as unidades compostas por casal com filhos caíram de 45,5% para 18,5%. Essa transformação reflete o envelhecimento populacional e a redução das taxas de fecundidade, além da diversificação dos modelos familiares, incluindo o aumento expressivo de domicílios formados por casais do mesmo sexo, que subiram de 0,1% para 0,6% em 2022.
Outro dado relevante é o crescimento de unidades domésticas compostas por uma única pessoa responsável, sem filhos ou cônjuge, que representaram 23,1% do total em 2022, um salto em relação aos 15,5% de 2010. O número médio de moradores por domicílio também vem caindo nas últimas décadas, refletindo o envelhecimento populacional e as mudanças no perfil das famílias. Em 2000, a média era de 4,2 pessoas por domicílio, passando para 3,6 em 2010 e chegando a 2,9 em 2022.
No perfil dos responsáveis pelos domicílios, a maioria (65,4%) tem mais de 40 anos, evidenciando o envelhecimento das lideranças familiares no estado. A mudança na composição familiar e o aumento da liderança feminina nos lares cearenses reforçam a importância de políticas públicas voltadas para a autonomia e o bem-estar das mulheres, especialmente em uma sociedade que valoriza e cada vez mais reconhece o papel central das mulheres como sustentadoras e gestoras de suas famílias.