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Bruna Santos
Nos dias 30 e 31 de outubro e 1º e 2 de novembro, o Crato Tênis Clube receberá a nova edição do Salão de Outubro, um festival multilinguagens que celebra cinco décadas de história e resistência cultural na região do Cariri. Com entrada franca, o evento promete reviver o espírito do Salão original, reunindo artistas e público em um ambiente de coletividade. Nos quatro dias de evento, a programação seguirá das 17h à meia-noite.
A programação musical contará com apresentações de artistas da região do Cariri e de Fortaleza. Entre os confirmados, estão nomes como Abidoral Jamacaru, Cleivan Paiva, Luiz Carlos Salatiel. Pachelly Jamacaru, Francisco Silvino, João do Crato, Ibbertson Nobre e Pedro Paulo Chagas, também marcarão presença.
Artistas como Vinicius Saravá, Batista, Yhuan Brito, Ulisses Germano, Manel de Jardim, João Urano, Calazans Callou, Amélia Coelho e Janinha Brito se somarão à festa. O line-up se completa com JotAlencar, João Nicodemos, Adelildo de Sousa, Rodrigo Alexandrino, José Nilton Figueiredo e Leninha Linnard. A edição histórica do Salão receberá, ainda, os Irmãos Aniceto, o Quarteto da Vila da Música, Francisco Oliveira (rabequeiro, neto de Cego Oliveira), Claudio Mappa, Di Freitas, Weber dos Anjos e Ancestrália.
Da capital, se juntarão à celebração, Pingo de Fortaleza e Ronaldo Lopes. Segundo os organizadores, a lista completa de atrações será divulgada em breve.
A História do Salão de Outubro
Com a primeira edição em 1974, o Salão de Outubro surgiu em meio a um contexto de opressão política no Brasil, conhecido como o regime militar. No período, um grupo de artistas, conhecido como Grupo de Artes, se uniu para dar visibilidade à cultura local, produzindo montagens de peças teatrais, filmagem dos primeiros curtas-metragens da cidade e a realização da mostra de arte que ficou conhecida como Salão de Outubro.
“Não vamos citar nomes, por serem dezenas e podermos esquecer alguns. A principal marca do Grupo de Artes, por exemplo, foi a diversidade das tendências, que se identificavam no objetivo de projetar a cultura do Cariri cearense, extrapolando o triângulo Crajubar, para o País“, afirma Rosemberg Cariry, cineasta e militante da cultura.
Com o passar dos anos, o Salão se consolidou como um dos principais eventos culturais do Crato, promovendo intercâmbios artísticos e a participação de criadores de diversas gerações e localidades. Segundo Rosemberg, a mostra tornou-se uma “propriedade coletiva”, onde jovens artistas podiam – e hoje, podem – criar e recriar a cultura do Cariri.