O comércio de Fortaleza se prepara para um aumento nas vendas com a chegada do Dia das Crianças, celebrado no próximo dia 12 de outubro. Segundo uma pesquisa realizada pela Fecomércio CE, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), a data deverá movimentar cerca de R$ 285 milhões no varejo da capital cearense, o que representa um crescimento de 1,8% em comparação ao mesmo período de 2023.
O estudo aponta que 50,1% dos consumidores de Fortaleza têm a intenção de presentear neste Dia das Crianças, com os brinquedos sendo os itens mais procurados, representando 72% das intenções de compra. Outros artigos que também estarão na lista dos consumidores incluem vestuário e acessórios (26%), bicicletas (6%), calçados (3,5%) e jogos de tabuleiro ou educativos (3,3%).
Preferências
O valor médio que os fortalezenses pretendem gastar com presentes é de R$ 172, e a maioria (60,8%) dos entrevistados planeja fazer suas compras à vista, utilizando dinheiro, Pix ou cartão de débito. O cartão de crédito, no entanto, ainda se mantém como a segunda forma de pagamento mais comum, sendo indicado por 42,1% dos consumidores.
Esse comportamento reflete um maior cuidado dos consumidores em evitar dívidas, especialmente diante da proximidade de outras datas relevantes para o comércio, como Black Friday e Natal.
Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio, destaca que o Dia das Crianças tem um impacto importante no fortalecimento da economia local, especialmente para micro e pequenas empresas. “Datas comemorativas como essa desempenham um papel essencial para impulsionar o consumo em Fortaleza. Após o Natal, Dia das Mães e Black Friday, o Dia das Crianças é a quarta data mais importante para o comércio”, afirma.
Brilhante também sugere que os consumidores façam suas compras de forma planejada. “Com a Black Friday e o Natal se aproximando, é essencial que as famílias se organizem financeiramente e evitem comprometer o orçamento com compras parceladas em demasia. A pesquisa já indica que muitos consumidores preferem pagar à vista, o que contribui para um melhor controle financeiro”, acrescenta.
A pesquisa também revela os principais locais onde os consumidores de Fortaleza pretendem fazer suas compras. Os shopping centers lideram com 33,3% das intenções de compra, seguidos pelos centros comerciais (24,5%) e lojas de rua ou galerias (23,4%).
Quanto ao momento da compra, mais da metade dos entrevistados (52,5%) afirmam que ainda não têm uma data fixa para adquirir os presentes, embora os sábados sejam os dias preferidos para as compras, com 29,9% das menções.
Além do aumento nas vendas do varejo, o Dia das Crianças também movimenta os setores de entretenimento e alimentação. Aproximadamente 31% dos consumidores planejam comemorar a data, com as principais celebrações acontecendo em residências familiares (41,9%), seguidas por parques e praças (17,9%) e praias (15,2%).
Cláudia Brilhante destaca que o comércio e os serviços de Fortaleza se beneficiam amplamente dessa data comemorativa, que reforça a necessidade de estratégias comerciais e de marketing. “É mais uma oportunidade para o comércio e os setores de entretenimento ajustarem suas ofertas e atenderem às necessidades dos consumidores, gerando mais movimento para a economia local”, conclui.
Descontos somam R$ 45,5 mi em benefícios de aposentados do INSS
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sofreram um total de R$ 45,5 milhões em descontos indevidos em seus benefícios entre janeiro de 2023 e maio de 2024, segundo aponta uma auditoria realizada pelo próprio instituto. O levantamento revelou irregularidades nas cobranças realizadas por associações, muitas vezes sem a devida autorização dos beneficiários.
Esses descontos estão relacionados à mensalidade associativa, que é uma contribuição paga por aposentados que se filiam a associações ou sindicatos para obterem benefícios. O valor é deduzido diretamente do benefício do segurado. Para realizar esses descontos, as associações devem ter um convênio com o INSS e firmar um contrato com o aposentado.
Do total, 54,56% dos casos analisados, as associações não apresentaram a documentação comprovando que o desconto foi autorizado pelo segurado. Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, afirmou que a auditoria foi desencadeada após um aumento significativo nas reclamações dos beneficiários.
“Para essas entidades que não apresentarem a autorização ou que apresentarem documentos falsos, haverá consequências jurídicas. Vamos encaminhar os casos ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para que as entidades e responsáveis respondam pelo que fizeram”.
A auditoria foi realizada com base em uma amostra de 1,2 milhão de pedidos de exclusão de mensalidade associativa, com o valor médio de desconto sendo de R$ 43,12 mensais. Esses descontos atingem diretamente o orçamento de aposentados e pensionistas, muitos dos quais não tinham ciência das deduções em seus benefícios. No período analisado, foram descontados R$ 3,07 bilhões das aposentadorias para o pagamento dessas mensalidades.
Entre os casos investigados, mais de 6 milhões de descontos foram feitos com a autorização do beneficiário. No entanto, outros milhares de casos mostraram indícios de fraude, com contratos falsificados ou assinaturas irregulares.
A situação levou o INSS a se unir à Polícia Civil de São Paulo e ao Ministério Público de São Paulo para investigar as denúncias. O caso também foi levado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Uma das soluções propostas é a implantação da biometria para garantir a segurança das autorizações.
Desde março deste ano, o INSS implementou a biometria para novos benefícios, mas há a intenção de expandir a medida para os segurados antigos. Essa ação visa evitar fraudes e garantir que apenas os aposentados que autorizem formalmente as deduções sofram os descontos.
Aposentados que identificarem descontos indevidos em seus benefícios podem tomar medidas para bloquear as deduções diretamente pelo aplicativo ou site “Meu INSS”. Além disso, é possível solicitar o ressarcimento dos valores indevidos. Por lei, o beneficiário tem o direito de receber em dobro o valor descontado sem autorização.