“Vou trabalhar duramente para que o PDT seja base do governo Evandro na Câmara Municipal”, declarou o deputado federal, André Figueiredo (PDT) após Evandro Leitão (PT) ser eleito prefeito de Fortaleza, neste domingo, 27. O petista disputava o Paço Municipal com o deputado federal, André Fernandes, do PL.
O deputado destacou, ainda, que atuará para que a legenda seja base do governo independente de ocupação de espaços, mas para que o partido de Ciro ajude Fortaleza, que “durante os últimos 12 anos teve a marca do PDT”.
“Temos que reconhecer, enquanto partido político, quem ganha uma eleição. Essa vitória é do Evandro”, reforçou Figueiredo, que esteve no palco do comitê de Leitão, sediado na Avenida Washington Soares.
A declaração do pedetista ocorre após membros do partido do ex-ministro Ciro Gomes dividirem apoio
Gardel Rolim, Paulo Martins, Kátia Rodrigues, PPCell, Jânio Henrique e Marcel Ehrich Colares postaram fotos ao lado do candidato do PL, usando adesivos com o número do partido de Jair Bolsonaro. Outros dois vereadores pedetistas eleitos, Adail Júnior e Luciano Girão, fizeram o caminho contrário e afirmaram que no segundo turno apoiam o candidato petista.
Questionado acerca das estratégias que serão desenvolvidas para evitar dissidências dentro do partido, Figueiredo afirmou que trabalhará nisso e que não tem interesse de implodir a legenda, mas unificá-la.
“Pacificação dentro do PDT não é um assunto muito fácil. Desde 2022 que a gente vem passando por dificuldades internas. Mas, volto a dizer, ganhamos a eleição aqui em Fortaleza. O PDT tomou um posicionamento e a democracia venceu em Fortaleza, isso é o importante”, prossegue.
“Temos essa necessidade de que Fortaleza seja uma trincheira de resistência, é isso que vamos trabalhar enquanto PDT”, complementou Figueiredo.
As siglas romperam a aliança estadual ainda nas eleições de 2022, contudo, seguem alinhadas a nível nacional. Dos oito vereadores eleitos pelo PDT em Fortaleza, seis declararam apoio a Fernandes e apenas um não se posicionou.
O ex-prefeito de Fortaleza por dois mandatos, Roberto Cláudio, também endossou a candidatura da extrema-direita. A participação do ex-gestor municipal na propaganda de Fernandes gerou uma reação da Juventude Socialista do PDT, que avaliou o posicionamento como “um absurdo”.
A equipe destacou que “a derrota e as diversas injustiças sofridas não são justificativas para bater continência para o bolsonarismo e para extrema-direita mais bizarra que já existiu neste País”. O comunicado provocou uma reação de Ciro Gomes, que refutou a possibilidade de ser um "puxadinho do PT”.
O prefeito José Sarto (PDT), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, optou pela neutralidade. Contudo, no último sábado, 26, Sarto foi visto com apoiadores do candidato André Fernandes, que participavam de um ato de campanha, na véspera da eleição.
Após votar na Escola Municipal Johnson, no bairro Luciano Cavalcante, Sarto destacou que está “neutro” e não declarou apoio aos candidatos que concorreram à prefeitura neste segundo turno. Ele também explicou que estava finalizando uma obra na Barra do Ceará quando, “por coincidência entrou em um engarrafamento” da carreata de Fernandes.
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