Até o final de dezembro, a economia brasileira deve receber um impulso significativo com o pagamento do 13º salário, que tem o potencial de injetar aproximadamente R$ 321,4 bilhões, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgadas nessa quarta-feira (13/11) Esse montante representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, favorecendo tanto o consumo quanto a quitação de dívidas dos trabalhadores e beneficiários. A quantia será distribuída entre trabalhadores formais, incluindo empregados domésticos, e aposentados e pensionistas da União, estados e municípios, totalizando cerca de 92,2 milhões de brasileiros.
O cálculo foi realizado a partir de uma base ampla de dados que inclui informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE. Considerou-se também o contingente de beneficiários da Previdência Social e do Regime Próprio de Previdência dos entes federados, além de outros dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Entre os beneficiados pelo pagamento do 13º, 56,9 milhões de pessoas, ou 61,7% do total, são trabalhadores formais. Dentre esses, os empregados domésticos com carteira assinada somam 1,4 milhão, representando 1,6% do conjunto. Aposentados e pensionistas da Previdência Social (INSS) compõem outros 37,1%, ou 34,2 milhões de pessoas. Já aposentados e pensionistas dos regimes próprios da União, estados e municípios são aproximadamente 1,1 milhão de pessoas.
O valor médio do benefício será de R$ 3.096,78, com disparidades regionais. No Distrito Federal, a média será a mais alta do país, estimada em R$ 5.665, enquanto no Maranhão e Piauí, esse valor deverá girar em torno de R$ 2.000,00. Esses dados não consideram os valores pagos a aposentados dos regimes próprios estaduais e municipais, para os quais não foi possível obter informações.
Do total de R$ 321,4 bilhões, aproximadamente R$ 214 bilhões (66%) serão destinados aos empregados formais, enquanto R$ 107 bilhões (33,3%) irão para aposentados e pensionistas. Os beneficiários do INSS, que somam 34,2 milhões de pessoas, receberão cerca de R$ 60,1 bilhões. A distribuição segue para outros grupos de aposentados e pensionistas da União, estados e municípios, cujos valores pagos variam entre R$ 11,03 bilhões e R$ 19,1 bilhões.
Os trabalhadores do setor de serviços, incluindo administração pública, concentrarão a maior parte dos valores destinados aos empregados formais, recebendo 64,6% do total, enquanto a indústria ficará com 17%, o comércio com 13%, a construção civil com 3,3% e a agropecuária com 2,1%. Esses dados refletem a relevância do setor de serviços na economia nacional, especialmente em termos de geração de emprego e distribuição de renda.
A maior parcela do montante total do 13º salário (50,1%) deve ser distribuída no Sudeste, região que concentra a maior parte dos empregos formais e dos aposentados e pensionistas do país. Em seguida, o Sul receberá 16,7%, o Nordeste 15,9%, o Centro-Oeste 9% e o Norte 5%. Essa distribuição regional acompanha a concentração de atividades econômicas e os níveis salariais de cada área.
Impacto econômico
Esse fluxo de recursos tem impacto direto na economia brasileira, especialmente nos setores de comércio e serviços, já que muitos beneficiários utilizam o 13º salário para realizar compras de final de ano ou quitar dívidas. O pagamento do 13º também contribui para uma maior circulação de dinheiro, aquecendo as economias locais e gerando receitas adicionais para diversos setores.
O DIEESE alerta, no entanto, que as projeções não incluem trabalhadores autônomos e informais que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano, devido à falta de dados confiáveis sobre esses proventos. Além disso, há categorias que recebem parte do 13º antecipadamente, o que pode reduzir o impacto do benefício concentrado nos últimos meses do ano. Em meio a um cenário econômico desafiador, com inflação e juros elevados, a injeção de recursos do 13º salário poderá ser um alívio financeiro para milhões de brasileiros, além de favorecer o crescimento econômico e a arrecadação tributária no final de 2024.