O Ministério Público do Ceará (MPCE) apresentou requerimento à Justiça para prorrogar as prisões temporárias de Marcondes Jucá, atual prefeito de Choró, distante 168,10 km de Fortaleza, de João Vitor Sindeaux, servidor do município, e do prefeito eleito, Carlos Alberto Queiroz (PSB), conhecido como Bebeto Queiroz.
“É extremamente necessário, para a segurança das investigações, que os referidos investigados permaneçam presos de forma temporária, por mais cinco dias, contados do fim do prazo original”, requere o órgão.
Os investigados citados, além de vereadores da cidade de Choró e empresários locais, são apontados como participantes de um suposto esquema criminoso que desviava recursos municipais.
“Importa salientar que, consoante se depreende dos autos, quantias vultosas foram movimentadas com fornecedores, vereadores e empresário supracitados, porém até o presente momento as perquirições revelaram-se insuficientes a esclarecer a possível destinação de tais recursos, os quais – frise-se – totalizam somente com fornecimento de combustíveis quantia próxima de R$ 6.985.747,15”, consta no texto do pedido do MPCE.
Por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), o MPCE realizou três prisões temporárias e 30 endereços foram alvos de busca e apreensão na operação “Ad Manus”, realizada na última sexta-feira, 22 de novembro, data em que foram detidos Marcondes Jucá e João Vitor Sindeaux.
A prorrogação das prisões é colocada como “imprescindível para a continuidade das investigações”, que ocorrem na fase de análise dos materiais apreendidos.
O prefeito eleito, Bebeto Queiroz, que estava foragido da Justiça, entregou-se no dia seguinte às outras prisões, no sábado, 23, na sede da Delegacia de Capturas (Decap), em Fortaleza. Após ter nome divulgado no envolvimento do esquema criminoso, Bebeto foi expulso do Partido dos Trabalhadores (PT) do município no domingo, 24.
Indícios de outras ações ilícitas
Ainda conforme documento do requerimento do MPCE, “a amplitude do esquema criminoso instalado por Marcondes Jucá e Bebeto Queiroz, no âmbito da Prefeitura de Choró, até cestas básicas do município eram desviadas”. A apuração também identificou “indícios ilícitos” em outras obras da Prefeitura, como no projeto da Avenida Central de Choró.
Conforme o documento, verificou-se que Marcondes Jucá e Bebeto Queiroz “mantêm uma sociedade informal na qual há prestação de contas, um caixa em comum para arrecadação de dinheiro e um apoio incondicional do prefeito ao empresário”.
o Povo