Com cacife político e eleitoral em ascensão, Camilo Santana entra no cenário nacional e define mudanças para o PT reconquistar os mais pobres

Blog do  Amaury Alencar
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Com cacife político e eleitoral em ascensão, após garantir ao PT a única vitória em uma Capital nas eleições de 2024, o ministro da Educação, Camilo Santana, ganha mais notoriedade com o ‘Programa Pé-de-Meia’, constrói a principal marca do 3º Governo Lula e passa a ser visto como um dos nomes da renovação política nacional

 Em alta com o presidente Lula, Camilo desperta ciúmes, é vítima do fogo amigo, mas segue firme com os projetos e, agora, com reflexões sobre os rumos do Governo.

O sucesso do Pé-de-Meia o colocou como um nome que o PT pode dispor para a sucessão presidencial. A boa visibilidade do auxílio aos alunos do ensino público ajudou Camilo a eleger o novo prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão.

O presidente da Executiva Regional do MDB, deputado federal Eunício Oliveira, chegou a lançá-lo como pré-candidato ao Palácio do Planalto, mas, cauteloso, Camilo definiu o gesto do aliado político como bondade e, sem titubear, afirma que o candidato, em 2026, é o presidente Lula.

‘’Isso é bondade dele (Eunício). O meu candidato à eleição chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. Tenho um mandato de oito anos (no Senado) e nenhum interesse de ser candidato’’, afirma Camilo, para, em seguida, expor a sua prioridade: ‘’Meu único foco neste momento é trabalhar muito pela educação’’.

REFLEXÃO E RECONQUISTA DOS MAIS POBRES

O Ministro da Educação, ao ser entrevistado pelo Jornal O Globo, destaca que o governo precisa fazer uma reflexão profunda para entender quais são as prioridades das pessoas e verificar por que parte da população mais empobrecida, principal beneficiária de programas sociais, não está mais votando no PT.

É preciso, segundo Camilo Santana, que o partido faça uma avaliação com “humildade” do resultado eleitoral, diz que falta comunicação ao governo e, na agenda administrativa da educação, defende que o Congresso aprove até o fim do ano o projeto que proíbe o uso de celular nas escolas.

No campo político e partidário, Camilo é taxativo: ‘’Precisamos renovar os quadros. Digo isso não só do ponto de vista político, partidário e eleitoral, mas do ponto de vista do governo. O PT é o partido que mais criou programas sociais para olhar para os mais pobres, e parte dessa população não votou no PT’’, observa.

Diante desse cenário de contradições em que o PT é identificado com as ações sociais do Governo, mas não consegue transformar essa imagem em votos, Camilo provoca mais uma reflexão: ‘’ Então, precisamos entender a falta de comunicação. E não é falta de propaganda. É preciso compreender de que forma estamos nos relacionando com a população enquanto governo’’, questiona.

SUCESSO ELEITORAL NO CEARÁ

Ao ser questionado sobre a vitória do PT em Fortaleza, Camilo disse que cada estado tem uma realidade diferente e, no caso específico do Ceará, o projeto tem dado resultados importantes, com avanços importantes na educação, na economia e no crescimento do estado.

‘’As pessoas estão reconhecendo isso. Nas capitais, é um público que depende menos do Estado, das políticas públicas’’, expõe Camilo Santana, que participou das articulações para construção de uma ampla frente que levou Evandro Leitão à vitória no 2º turno contra o candidato do PL, André Fernandes.

SEM PROTAGONISMO

Camilo mostra-se despreocupado com o papel de protagonista e revela o seu desejo de contribuir e ver o PT com mudanças que deixem o partido mais perto da população. Quando questionado pelo Jornal O Globo sobre o cenário nacional e os caminhos para o PT ganhar a eleição de 2026, Camilo recorre à mesma fórmula política adotada no Ceará:

‘’Quanto mais a gente conseguir unir e agregar. Eu fui governador com apoio dos partidos de centro, PP, PSD, MDB e Republicanos. Agora mesmo, o Evandro (Leitão, prefeito eleito de Fortaleza) tem apoio do PP, PSD e Republicanos. Defendo que é importante o diálogo, construir consensos. Democracia é isso’’, afirma Camilo, que, na disputa pela Prefeitura, uniu 10 partidos e impôs uma nova derrota ao ex-presidenciável Ciro Gomes e ao ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT).

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