A situação em Acopiara ilustra bem as consequências de uma gestão marcada pelo abandono e pela desorganização administrativa. Após anos de descuido com os serviços básicos e uma série de críticas à maneira como os recursos públicos foram geridos, os últimos dias do atual governo refletem uma espécie de desmonte acelerado da estrutura pública, agora intensificado após a derrota nas urnas. A cidade, que já enfrentava sérios problemas ao longo da gestão, vive um agravamento dessas condições, atingindo diretamente a qualidade de vida dos acopiarenses.
O caso do corte de água em diversos prédios públicos é apenas uma amostra desse cenário. Com uma dívida de mais de R$147 mil acumulada com a CAGECE e contas pendentes desde julho, a prefeitura deixou sem abastecimento de água prédios essenciais para o atendimento à população. Diante disso, a pergunta que fica é: como os serviços básicos ficaram tão negligenciados?
Este não é um caso isolado. Recentemente, outro episódio de descaso com a população de Acopiara ganhou destaque: estudantes universitários que deveriam participar de um evento educacional importante em Iguatu ficaram sem transporte, pois a prefeitura não providenciou os ônibus necessários para o deslocamento. A indignação foi tanta que a reitora da UNIFIC - Faculdades Integradas do Ceará, Dra. Sandra Belchior, manifestou publicamente sua crítica à decisão, que comprometeu a participação dos alunos e revelou mais uma vez o despreparo da administração em garantir apoio mínimo à educação.
Esses episódios ilustram o que os acopiarenses enfrentaram nos últimos anos: um governo que deixou de lado o zelo pelo bem público, afetando desde os estudantes até os usuários dos serviços de saúde. Agora, com a derrota confirmada nas urnas, o problema só se intensifica, e o que restava da estrutura pública parece estar se deteriorando ainda mais rapidamente.
O próximo governo, que assume em janeiro, enfrentará o enorme desafio de reerguer uma cidade que se encontra financeiramente comprometida e desgastada. "A herança deixada é pesada e maldita".
Lindomar Rodrigues