Empresário delator do PCC executado no Aeroporto de Guarulhos escapou de atentado em 2023

Blog do  Amaury Alencar
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Morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, nesta sexta-feira, 8, o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator. Gritzbach foi atingido nesta sexta-feira em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços. Conforme a perícia, uma dupla, com dois fuzis, realizou pelo menos 27 disparos.

Gritzbach voltava de viagem quando foi atacado a tiros no Aeroporto de Guarulhos. Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

Investigações apontam que, na véspera do Natal de 2023, quando o empresário ainda estava em prisão domiciliar, um tiro de fuzil foi disparado em direção a Gritzbach, que estava na janela de seu apartamento no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. A bala atingiu sua janela, mas errou o alvo.

A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado. Naquela época, ele já negociava o acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco).

Investigação sobre a lavagem de dinheiro

Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé. Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas à facção.

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção. Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por um desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo.

 Após a morte de Cara Preta, Gritzbach chegou a ser sequestrado e levado para um tribunal da facção. Os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a polícia, o motivo era o fato de que só Gritzbach sabia as chaves para o resgate das criptomoedas – matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre.

Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos. Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário.

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