A série de eventos do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, começa nesta quinta-feira (14) no Rio de Janeiro. O encontro muda a rotina da cidade nesse período. De hoje até domingo (17) ocorrerá, por exemplo, o G20 Social. Já nos dias 18 e 19, será a reunião de cúpula do G20.
De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, de 15 a 20 de novembro não serão implantadas as áreas de lazer no Aterro do Flamengo e na orla da zona sul da cidade, mas as pistas do Aterro e de acesso às praias da zona sul permanecerão abertas. Equipes operacionais permanecerão de prontidão e vão monitorar os deslocamentos das comitivas, o que exigirá o fechamento momentâneo das vias para a passagem dos comboios das autoridades nacionais e internacionais.
Social
Organizações da sociedade defendem a criação de uma estrutura permanente no G20 para acompanhar de perto e cobrar a efetivação de iniciativas sugeridas por instituições, como organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais. Essa ideia foi defendida pelo Civil 20 (C20), grupo de engajamento do G20.
O presidente do C20, Henrique Frota, disse que o fato de países se revezarem anualmente na Presidência do G20 dificulta o acompanhamento das recomendações da sociedade, para checar se estão sendo realizadas. “Não há um corpo permanente de funcionários, um escritório central de secretariado que pudesse fazer esse monitoramento. Isso torna muito difícil o acompanhamento de como os países estão implementando os acordos que estão fazendo dentro do G20”, explicou.
Henrique Frota participou, nessa quarta-feira (13), do evento em que o C20 entregou a autoridades um documento com recomendações elaboradas por movimentos sociais e ONGs. “Mais importante do que a incorporação em uma declaração, porque a declaração é um papel, é como esses compromissos estão sendo implementados efetivamente pelos países.”
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, foi uma das autoridades do Governo Federal que receberam a carta de recomendações. O Brasil é o atual presidente do G20. Questionado pela Agência Brasil se há a ideia de criar grupo permanente para oferecer o acompanhamento das propostas, ele respondeu que não se chegou a discutir a criação de um secretariado.
No entanto, o ministro lembrou que as propostas que permeiam o G20 são “orientativas”, ou seja, os países podem aceitar ou não. Mas acrescentou que o presidente Lula (PT) sugeriu aos grupos de engajamento a construção de calendário de acompanhamento das propostas ao longo do ano, entre a passagem da presidência de um país para outro.
A sherpa (orientadora das discussões) do C20, Alessandra Nilo, lembrou que o G20 é formado principalmente por pautas ligadas à economia e finanças. Por isso, reforçou a importância da mobilização da sociedade civil organizada. “Não somos apenas sujeitos de direitos. Somos pedra fundamental na implementação dessas políticas públicas. A gente precisa, cada vez mais, ser reconhecido como atores e atrizes sociais que implementam na ponta dessas políticas.”
G20 Favelas
A principal preocupação dos moradores de favelas é a falta de acesso a serviços básicos e a instituições estatais adequadas, que resultam em escassez e precariedade da infraestrutura estatal, o que é uma marca central desses lugares. Essas ausências fazem parte da vida cotidiana dessas comunidades, que na sequência se preocupam com segurança comunitária, transporte, educação, saúde e acesso às artes e aos esportes.
Chefes
O último evento da Presidência brasileira no G20 será a reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo, nos dias 18 e 19. Na segunda-feira (11), Lula se comprometeu a entregar aos líderes dos países os cadernos de propostas aprovadas por cada um dos 13 grupos de engajamento. O G20 representa cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. (Com Agência Brasil)