A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nessa quarta-feira (6) que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos serve de alerta para o campo democrático e que é preciso se preparar para o enfrentamento. Ela disse que a extrema direita já se “assanhou” com o resultado e deu como exemplo a declaração de Jair Bolsonaro (PL) celebrando a vitória do republicano.
“Eles vêm com tudo. O Bolsonaro já deu a linha. A gente tem que se preparar para o enfrentamento. Fizemos isso em 2022. Faremos de novo”, declarou à reportagem. Nas redes sociais, a senadora escreveu: “temos de fortalecer o campo da democracia em nosso país, mas principalmente dar respostas concretas às necessidades e expectativas do povo, que não cabem na agenda neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país”.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira (PE), destacou que a eleição de Trump é sinal do avanço no Ocidente do que chamou de forças extremistas, “algumas com caráter fascista”, mesmo em lugares onde antes não tinham expressão. Em Portugal, por exemplo, com a criação do partido Chega, e na França.
“Anima as forças extremistas no mundo todo e, no Brasil, também. Mas relações diplomáticas e comerciais são coisas distintas. Governos fazem independente das posições políticas do governo de plantão”, afirmou.
Governo
O pragmatismo na relação é algo que o Governo brasileiro busca manter com a gestão Trump, como disse o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim. O presidente Lula (PT) parabenizou o republicano pela vitória, desejou sorte ao novo governo e falou em diálogo e trabalho conjunto.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à Presidência dos EUA. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, disse o petista.
A vitória de Trump é vista pelo governo também como potencial problema de política interna com reflexos para a eleição nacional de 2026. Auxiliares de Lula avaliam que o fortalecimento de Trump nos EUA deve energizar o bolsonarismo no Brasil.