Manifestantes se reúnem para protestar contra a escala 6x1 na manhã desta sexta-feira, 15, feriado da Proclamação da República. Ato ocorre na Praça do Ferreira, Centro de Fortaleza, assim como em pelo menos outras 25 cidades, incluindo São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador.
Líderes sindicais, representantes do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e trabalhadores se misturam na Praça e celebram o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita a semana de trabalho a 36 horas, encabeçada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
“Estamos muito felizes com essa mobilização”, aponta Jéssica Fontenele, líder do VAT. “A gente finalmente conseguiu colocar contra a parede aqueles que fazem falso discurso contra os trabalhadores. É difícil enganar. Ou você é contra ou você é favor”, argumentou ela.
“Está ficando constrangedor para os donos do poder assumirem francamente que são contra a classe trabalhadora. Nossa expectativa é conseguir mais assinaturas, tanto na PEC, quanto na petição pública de apoio”.
Kazol Fernandes, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), defende o ato em praça pública: “A gente entende que essa luta não tem que ser travada só numa cúpula, só no parlamento. É uma luta que precisa ser travada nas ruas, com a classe trabalhadora”.
A fortalezense acrescenta que, apesar da PEC ter obtido as assinaturas necessárias para tramitação, “a gente ainda precisa vir às ruas, precisa fazer uma frente, reivindicar a aprovação da proposta”.
Um dos manifestantes presentes é Ivar Ellery, que já trabalhou na escala 6x1 no âmbito de restaurantes. “Como uma pessoa casada, não tinha tempo para passar com minha esposa, minha família”, afirma.
“O único dia de descanso na escala 6x1 [domingo] acaba não sendo de descanso. A gente cozinha, limpa a casa, lava a roupa. É uma jornada que nos cansa de uma forma tão grande, porque realmente não há descanso”.
O POVO