Com a participação da vice-governadora do Ceará e secretária das Mulheres, Jade Romero, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) deu início, na manhã desta sexta-feira (6), no campus Itaperi, ao I Simpósio Cearense de Combate à Violência Contra a Mulher, que tem como tema Educação, Justiça e Transformação Social.
A mesa de abertura do evento contou também com a presença do vice-reitor da Uece, professor Dárcio Teixeira; a deputada estadual Larissa Gaspar; a coordenadora do Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres em Situação da Violência (NAH/Uece), professora Teresa Esmeraldo; o representante da Pró-reitoria de Extensão da Uece, professor Jones Baroni; a coordenadora geral da Casa da Mulher Brasileira do Ceará, Daciane Barreto; a conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 11ª região, Ana Kristia Martins; e a coordenadora do Simpósio e do Laboratório de Sociedades, Subjetividades e Humanismo (Lassu/Uece), professora Layza Castelo Branco Mendes.
Em seu discurso, a vice-governadora do Ceará falou sobre a importância da igualdade de gênero, do respeito à mulher, do fortalecimento de políticas públicas que assegurem seus direitos e da relevância de eventos como o promovido pela Uece. “Momentos como estes são fundamentais para alcançarmos a sociedade que sonhamos”, ressaltou Jade Romero que, lembrou o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, comemorado nesta sexta, 6 de dezembro, enfatizando a necessidade dos homens nessa luta, considerando todo o impacto dessa violência na sociedade. “Ver uma criança crescendo sem uma mãe porque ela foi morta e sem um pai porque ele foi preso, é uma tragédia que impacta toda a sociedade!”.
O vice-reitor da Uece, professor Dárcio Ítalo Teixeira, destacou uma das grandes ações da instituição, no compromisso do combate à violência contra a mulher na universidade. “Desde o início da gestão, temos essa preocupação. E com a professora Teresa Esmeraldo, institucionalizamos o Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres em Situação da Violência (NAH). Nossa intenção é de ampliar o Núcleo para todas as unidades da Uece, além de realizar outras ações que, por meio da Educação, possamos contribuir para o desenvolvimento de uma nova cultura em nossa sociedade”.
A deputada estadual Larissa Gaspar parabenizou a iniciativa do evento e a importância dessas ações nesse combate. “Temos muitos desafios, mas com esses esforços coletivos, do Governo Federal junto aos Governos Estaduais, junto às Prefeituras municipais, com o Poder Executivo e Judiciário, com a sociedade civil e com as Universidades, todos de mãos dadas, cada um fazendo a sua parte a partir do seu lugar de fala, de militância e de vivência, temos condições de construir a sociedade que queremos, livre do machismo, do racismo, da LGBTfobia e do patriarcado, em que as mulheres possam ser livres e viver sem nenhuma forma de violência”.
A coordenadora geral da Casa da Mulher Brasileira do Ceará, Daciane Barreto, destacou que, “hoje, celebramos vitórias, mas também não podemos esquecer as nossas antepassadas que contribuíram para que nós estejamos aqui discutindo, procurando caminhos”. A conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 11ª região, Ana Kristia Martins, parabenizou a Uece pelo evento e salientou que ainda é necessário lutar pelas próximas gerações. “Nós precisamos vestir a camisa e lutar, infelizmente ainda precisamos lutar, mas quem sabe as próximas gerações encontrarão um mundo mais justo, mas, a nós, agora, cabe lutar e também educar meninos e meninas dentro dessa perspectiva, de igualdade de gênero”.
A coordenadora do evento, professora Layza Castelo Branco Mendes, ao falar sobre o cenário atual, dos avanços nas políticas públicas, mas também da continuidade da violência contra a mulher e da importância da luta contínua, declarou: “não abriremos mais mão da igualdade de gênero, nunca mais. Para isso, precisamos urgentemente sermos respeitadas e não mais sofrermos violências”. E trouxe a educação como melhor saída. “A educação é, sem dúvida, o caminho mais eficiente. Por meio dela, garantiremos a justiça, seguida da transformação social, coadunada com o desenvolvimento sustentável preconizado não apenas por intelectuais da ONU responsáveis por refletirem sobre o desenvolvimento da sociedade planetária, mas também desejada por cada mulher em nosso País”.
A coordenadora do NAH/Uece, professora Teresa Esmeraldo, e o representante da Proex, professor Jones Baroni, também fizeram uso da palavra, falando sobre o pioneirismo da Uece nessa luta dentro da instituição, por meio da extensão.
O I Simpósio Cearense de Combate à Violência Contra a Mulher segue até este sábado (7), com discussões sobre o perfil das vítimas e dos agressores, o impacto da violência doméstica nos filhos e o papel da educação na prevenção e combate à violência de gênero. É também um momento de formação profissional, com enfoque na capacitação de profissionais das áreas da Saúde e do Direito para o Acolhimento e proteção das vítimas. O Simpósio conta também com discussão sobre ações concretas de apoio às vítimas com representantes da Defensoria Pública, Ministério Público e Poder Judiciário; além da participação de professores/pesquisadores da Uece e convidados da UFC, IFCE e Unifor.
No sábado (7), entre outras atividades, a coordenadora do evento, professora Layza, lançará o livro “Vasp 168: verdades e lutos”, que trata dos resultados de sua pesquisa de pós-doutorado, sobre o voo da Vasp que ficou internacionalmente conhecido pelo acidente aéreo ocorrido em 8 de junho de 1982.