O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “absolutamente consciente e disponível” e em contato com ministros, apesar de estar em repouso. O petista passou por uma cirurgia de emergência nesta madrugada, após exame identificar hemorragia intracraniana. Lula foi submetido a avaliação médica depois de sentir dor de cabeça no fim da tarde de segunda (9). A situação decorre da queda sofrida
“O presidente voltou à consciência logo depois do procedimento, logo depois que passou o efeito anestésico, contactante, orientado, alimentando-se. Depois de avaliação, os especialistas, constataram que não tem qualquer tipo de sequela ou acometimento neurológico posterior ao procedimento. Está absolutamente consciente e disponível, contactando, inclusive, com ministros”, explicou Padilha, que é médico infectologista.
Apesar dos contatos com ministros, o chefe das Relações Institucionais reforçou que Lula está em repouso. O petista está na UTI de um hospital particular de São Paulo (SP), onde foi feita a cirurgia. A internação na ala intensiva é protocolar em casos semelhantes. Lula deve ficar na UTI até 48 horas depois do procedimento. A expectativa é que ele retorne ao trabalho em Brasília (DF) no início da próxima semana.
“Hoje, a orientação da equipe médica sugere que o presidente não trate de temas do governo ao longo do dia de hoje. É repouso e descanso”, acrescentou Padilha, ao descartar o afastamento de Lula da presidência. “Não tem, do ponto de vista médico, qualquer orientação para afastamento das atividades como presidente da República, apenas repouso e permanecer no hospital até a definição da alta”, completou o ministro.
Entenda
A hemorragia intracraniana é uma condição séria e ocorre quando há sangramento dentro do cérebro ou entre membranas protetoras — este último foi o caso de Lula, segundo a equipe médica. O presidente foi submetido a uma trepanação para drenagem do hematoma.
A hemorragia intracraniana pode ser causada por fatores como traumas, hipertensão, aneurismas rompidos ou outras condições médicas. De acordo com o médico Fabiano de Abreu Agrela, pós-doutor em neurociências, esse tipo de sangramento pode levar ao aumento na pressão dentro do crânio, o que pode prejudicar os tecidos cerebrais e afetar funções neurológicas importantes.
“Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça súbita, confusão, náuseas, convulsões e perda de consciência, mas cada caso pode apresentar uma gravidade distinta”, explica o especialista.
O médico explicou que o tratamento da hemorragia intracraniana depende da causa, da gravidade e dos sintomas do paciente. Em casos mais severos, pode ser necessária cirurgia para remover o sangue acumulado e aliviar a pressão no cérebro.
R7