O Natal para muitos cearenses, é a época mais bonita do ano. E neste momento, muitas pessoas praticam a solidariedade umas com as outras para fazer o bem, sem ver a quem. O ato de doar, vai além de simplesmente oferecer recursos materiais: fortalece os laços comunitários, promove interação entre as pessoas e cria um ambiente de empatia e cooperação. E a doação pode ser realizada de diversas formas: doação de alimentos, roupas, objetos pessoais, cabelo, leite materno e até mesmo o sangue.
Nas últimas semanas, com certeza você já deve ter visto ou ouvido falar de alguma ação com essa finalidade. Tereza Matos, é empresária do ramo de imóveis e afirma que nesse período, ela dedica para atos de caridade. “Na minha infância, já passei muita fome. Infelizmente minha família não tinha muitas condições e já passamos por muitas necessidades. Hoje eu dedico esse momento àquelas pessoas que sofrem com a fome. Neste ano, montei mais de 300 cestas básicas e fiz diversas doações, para vários lugares diferentes. Esse ato me fortalece, não só como mulher, mas como ser humano e também como empresária. Saber que tô ajudando alguém, me encoraja cada vez mais a lutar e fazer o bem”, diz.
Ato de doar
Segundo a pesquisa Doação Brasil, cerca de 84% dos brasileiros acima de 18 anos, realizaram algum tipo de doação nos últimos anos. Esse é o maior percentual registrado pela pesquisa que foi divulgada pelo Instituto de Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).
Nesses dados estão inclusos: doação de dinheiro, de bens, de tempo e até mesmo de trabalho voluntário. A doação em dinheiro é registrada em 48% da amostra. Já o número de doadores institucionais, equivale a 36% dos respondentes. O economista Marcos Calliari explica que o aumento nas doações pelos cidadãos comuns está diretamente ligado aos indicadores de confiança econômica. Em julho de 2023, 29% dos brasileiros declararam que a sua situação financeira está ruim, uma queda de 9% em relação ao mesmo período em 2022. Já 72% afirmam que em seis meses sua situação financeira estará melhor. Alguns fatores que ajudaram a promover esse otimismo estão relacionados a indicadores do primeiro semestre, como queda do dólar e crescimento do PIB.
“Esse índice carrega não só a confiança no consumo, mas o de pessoas como agentes sociais. A empatia tende a aumentar”, pontua.
Iniciativas como o Termômetro da Doação, lançado recentemente pelo Movimento por uma Cultura de Doação, refletem a complexidade de fortalecer a cultura de doação no país. Acessar e trocar informações no setor é essencial para termos mais instrumentos que ajudem o campo a definir estratégias em prol de uma filantropia mais robusta no Brasil.
Todos pela doação
Na capital cearense, diversas empresas e clubes aderiram ao ato de solidariedade. Fortaleza Esporte Clube e o Shopping Iguatemi Bosque, em parceria com o projeto Bem Tricolor, também fizeram uma campanha de arrecadações de alimentos, bem como, de valores para apoiar as pessoas em situação carente. A ação destaca o papel do futebol na promoção de transformação e engajamento social. Em um período tão significativo quanto o Natal, a campanha se torna um símbolo de união e transformação, levando esperança e solidariedade a quem mais precisa.
Além da doação de alimentos, outro item que é bastante comum nas doações são os materiais de higiene e limpeza pessoal. Em Fortaleza, o Movimento Amare, celebrou seu tradicional Natal com uma Eucaristia especial na Catedral Metropolitana da Capital. A celebração teve um momento especial de solidariedade, quando os presentes realizaram um gesto concreto de ajuda ao próximo: cerca de duas toneladas de alimentos e materiais de higiene foram doadas para as obras de caridade da Arquidiocese de Fortaleza. Esta ação reforçou o espírito natalino de fraternidade e apoio aos mais necessitados, marcando o compromisso do Amare com a promoção da justiça social e o amor fraterno.
Durante a celebração, o padre Eugênio Pacelli, sacerdote jesuíta, fez um agradecimento público ao arcebispo Dom Gregório Paixão, destacando a importância do seu pastoreio e do apoio contínuo que tem recebido da Arquidiocese. O padre também se colocou à disposição para colaborar com a missão episcopal de Dom Gregório, reafirmando o compromisso do movimento com a Igreja e suas obras de caridade.
“O gesto mais lindo que podemos ter é o amor ao próximo. Vivemos em um mundo que está cheio de atrocidades desumanos e acredito que a melhor forma de combater isso é ter gestos simples que fazem a diferença. Naturalmente, as pessoas precisam uma das outras, e isso se faz presente ainda mais com o ato de doar. Um gesto simples que faz a diferença. Meus pais me ensinaram que sempre devemos ajudar o próximo e é isso que irei fazer até os últimos dias que eu permanecer aqui na terra”, diz Dona Francisca, de 76 anos, ao jornal O Estado.
Por Ismael Azevedo