Varejo otimista para o Natal com injeção do 13º salário

Blog do  Amaury Alencar
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O comércio brasileiro entra no período natalino com otimismo renovado, mesmo diante de desafios como juros elevados e dólar alto. Segundo a FecomércioSP, o varejo em São Paulo projeta crescimento de até 5% nas vendas em relação a 2023, com expectativa de atingir R$ 139,4 bilhões em receitas no estado.
O aumento das vendas reflete a estabilidade da inflação, um mercado de trabalho aquecido e o impacto direto do 13º salário. “Com mais pessoas empregadas formalmente, o 13º tem um peso ainda maior nas decisões de compra, elevando a renda disponível e o consumo”, destaca Fábio Pina, economista da FecomércioSP.

Destaques
Supermercados devem liderar o crescimento, com alta de 9% nas receitas, seguidos por concessionárias de veículos (+20%) e farmácias (+11%). Em São Paulo, o comércio da capital espera movimentar R$ 43,2 bilhões, um avanço de 7,7%, impulsionado por categorias como eletrodomésticos e eletrônicos, que devem crescer 27%, beneficiados por inovações tecnológicas e promoções sazonais.
Nos centros populares da capital, como Brás e 25 de Março, o movimento também é animador. A Alobras projeta alta de 10% nas vendas, com destaque para eletrônicos e itens têxteis. Já a Univinco espera crescimento de 6%, com grande procura por enfeites natalinos e artigos de decoração.
Os shopping centers também vislumbram resultados positivos. Segundo a Abrasce, 97% dos empreendimentos projetam aumento médio de 6,9% nas vendas, com ticket médio estimado em R$ 217,34. Vestuário, cosméticos e calçados lideram as intenções de compra, enquanto promoções e horários ampliados são estratégias para atrair consumidores.

Perfil
Uma pesquisa da ACSP revelou que 46,6% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, superando 2023. Desses, 35,2% planejam gastar mais, com valores entre R$ 50 e R$ 600. O estudo aponta que a maior parte das compras será feita em redes varejistas (44,7%), com 58,9% optando por lojas físicas.
Entre os produtos mais procurados estão roupas, calçados, joias, perfumes e itens para a ceia natalina. Eletrônicos e eletrodomésticos, como celulares e televisores, tiveram crescimento nas intenções de compra em relação ao ano anterior. No entanto, os juros elevados influenciam na redução do uso de crédito para financiar compras.

Impacto
A retomada econômica e a expansão do crédito são apontadas como fatores-chave para o bom desempenho do varejo. Contudo, especialistas alertam para o impacto do dólar alto nos preços de importados, como eletrônicos e alimentos. Empresas que anteciparam compras durante a Black Friday conquistaram vantagens competitivas, enquanto outras enfrentam desafios com custos mais altos.
“Os consumidores voltaram a confiar no comércio, reflexo de uma economia mais ajustada”, avalia Marcel Solimeo, economista da ACSP. O período natalino, o principal para o varejo brasileiro, reafirma a importância de estratégias comerciais que aproveitem o momento de estabilidade e otimismo. Com perspectivas de crescimento em praticamente todos os segmentos, o Natal de 2024 se apresenta como um marco para o varejo, reforçando a recuperação econômica e a confiança do consumidor no mercado.

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