O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou as férias e antecipou o retorno a Brasília (DF) para esta segunda-feira (6). Ele vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em meio às discussões sobre as emendas parlamentares, alvo de embates entre os Três Poderes desde o ano passado (leia mais abaixo). Haddad estaria de férias até 21 de janeiro, e o cancelamento do descanso foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda (6).
Em nota, o Ministério da Fazenda explicou que o encontro com Lula já estava agendado e que o retorno de Haddad à capital federal ocorreu por motivos familiares. “O ministro suspendeu as férias e retornará a Brasília para cumprir agenda já prevista anteriormente com o presidente da República. A decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar que passou por um procedimento cirúrgico no fim do ano, motivo da marcação de férias neste período”, escreveu a assessoria da pasta.
Lula voltou ao Palácio do Planalto, local oficial de trabalho da Presidência, nesta segunda (6). Desde dezembro, quando foi submetido a duas cirurgias na cabeça, o petista concentrou as atividades no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto, residência oficial e casa de campo da Presidência, respectivamente.
Embora longe do Planalto, Lula não chegou a se afastar das funções presidenciais durante o período de recuperação. Além das duas cirurgias, o presidente foi submetido a um terceiro procedimento médico no mês passado, para retirada de um dreno na cabeça.
Emendas e reforma ministerial
Na volta, o presidente vai ter de se dedicar a dois principais temas: o embate sobre as emendas parlamentares e a discussão sobre uma eventual reforma ministerial.
A falta de consenso entre o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso a respeito das emendas parlamentares, que se arrasta desde agosto de 2024, segue na pauta neste ano. Não houve acordo sobre as regras para a aplicação dos recursos, e, nos últimos dias do ano, o ministro Flávio Dino suspendeu todos os repasses, a contragosto do Legislativo.
O Executivo interveio, pediu a liberação de R$ 370 milhões, e Dino autorizou o empenho dos valores, necessários para alcançar o piso constitucional da saúde. Boa parte do montante, contudo, permanece bloqueada. Para o ministro, o Congresso Nacional não cumpriu os requisitos básicos de transparência. Essa negociação prolongada tem causado desgaste político entre os Três Poderes.
Como reação ao embate, os parlamentares deixaram a votação do Orçamento de 2025, que ocorreria em dezembro, para fevereiro. A tendência é que Lula tenha de se reunir novamente para debater o assunto. Em 9 de dezembro, antes de se sentir mal e ser levado ao hospital, o petista estava reunido com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), justamente para tentar chegar a um consenso sobre as emendas parlamentares.
R7